Autor: samir.araujo
Maximus Festival 2016
Assim que saiu a notícia que o Rammstein tocaria no Brasil este ano, tinha certeza que veria um show foda, mas não imaginava que seria o show mais foda que assistiria na vida!!! Bem… só pra te contextualizar, sou fã da banda desde mil novecentos e noventa e qualquer coisa… (mais pra mais do que pra menos coisa). Vi os caras lançarem albuns sensacionais nestes últimos, digamos, 20 anos. Mas quando os caras lançaram o “Rammstein in Amerika – Madison Square Garden” ano passado, eu pensei: – Caralho!!! Que que isso!! Preciso ver essa bagaça ao vivo. Aí, pá! Rolou o Maximus Festival dia 7 de setembro de 2016, no autódromo de Interlagos em São Paulo. Em plena quarta-feira, dia da independência do Brasil. É disso que estou falando \m/
Meu interesse era apenas no Rammstein, inicialmente, mas como era um festival, foram anunciando o Lineup aos poucos. Marilyn Manson! Yes! Sempre quis ver um show dele, desde minha adolescência. Não é uma banda que escuto com frequência hoje em dia, mas tá bacana! Disturbed!! Yay! Conhecia o som dos caras desde 2000, quando ouvi pela primeira vez o “The Sickness”. Melhor album deles, na minha opinião. Os álbuns que vieram depois foram mais do mesmo, de uma forma geral, mas o som é bem bacaninha. O resto… aí prefiro não falar muito, pois pra mim foi uma enxurrada de choradeira emo e hipster.
Vi o show do Hell Yeah, pela segunda vez, mais pra ver o Vinnie Paul Abbot (ex. batera do Pantera). Mas convenhamos… que bandinha meia boca…. Bom, deixa pra lá. Vamos falar do que importa. Ah, antes de entrar de vez nos shows da noite, vamos falar do festival. Padrão europeu!! Muito bem organizado. O esquema de cashless é muito eficiente mesmo! O lugar foi muito foda! Simplesmente o autódromo que vi Ayrton Senna vencer diversas vezes nas manhãs de Domingo (Bateu a saudade agora! Bandeira quadriculada e pã pã pã…. pã pã pã… Ayrton Senna do Brasil!!).
Tinham ambulantes de cerveja em todos os cantos. Impossível ficar seco. As filas foram bem razoáveis durante todo o evento. Até mesmo as do banheiro fluíram bem, apesar de poder ter sido melhor a distribuição e quantidade de banheiros. As praças de alimentação atenderam perfeitamente à demanda. Os shows foram realizados em dois palcos principais (Maximus e Rockatansky) e um palco mais afastado (Thunder Dome), com bandas menores e mais “experimentais” se podemos dizer assim. Cheguei cedo e assisti a quase todos os shows. Queria ter um embasamento antes de criticar… Ok. Estou embasado e a maioria das bandas realmente não me agradou. Gosto é gosto, então ficamos por aqui nas críticas.
Agora vamos pra parte ruim. O “outro lado da moeda” do cashless é o custo efetivo das coisas no evento. A moeda oficial do evento é o “Metal”. Cada metal, vale mais ou menos 3.6 reais. Um pastel de vento custava 3 metals, logo ~ R$ 11,00. Caro pra caralho, na minha opinião. Cerveja, só Budweiser, patrocinadora do evento. também custava 3 metals a lata. 11 mangos numa lata de Budweiser (morna)…. tá de brincadeira né… Mas é festival, tudo é festa, vamos parar com a choradeira e bola pra frente… Pelo menos durante o show naquela muvuca lá na frente, sempre aparecia um ambulante pra salvar. 🙂 Aliás, apesar dos shows estarem bem lotados próximos ao palco, foi possível ver de perto os três grandes shows da noite, diferentemente de um Rock’n’Rio da vida. Isso eu achei bem legal!
Pra mim, o festival começou com Disturbed no palco. Fizeram um show impecável, com direito a uma sessão de covers no final e baladinha “The sound of silence” de Simon & Garfunkel (1964). Faltou apenas a Shout, do Tears for Fears! Cover foda que os caras fizeram no the Sickness. Logo em seguinda entrou o Marilyn Manson! Pançudo e com um corte de cabelo de presidiário! Hahahah muito foda! O cara é um showman. Cada música é um evento à parte. Ele cantou as principais músicas de seu repertório, incluindo: Dope Show, Beautiful People e Sweet Dreams! Fez uma homenagem a David Bowie, com um trecho de Moonage Daydream. Cortou a mão logo nas primeiras músicas e passou o sangue na cara! hahaha brigou com um fã e andou de pernas de pau! Sensacional! Tudo o que os fãs do cara esperavam.
Finalmente… os alemães do Rammstein apareceram no palco, após uma contagem regressiva de 60 segundos!! Till Lindemman surge todo de branco, atira a sua cartola explosiva em um canto do palco e canta a Ramm 4, um medley para abrir o espetáculo. Muito foda! Foram muitas bombas, fogos, explosões, iluminação e efeitos de palco de fazer o c* cair da bunda 🙂 Recomendo fortemente qualquer pessoa assistir um show dos caras se surgir uma oportunidade, mesmo não gostando de metal ou do som desses malucos. O show deles é como se fosse o Circo de Soleil do metal! Algo pra ficar pra sempre na memória!! Destaque pra “Ich du dir weh”, cuja performance foi praticamente idêntica ao show do In Amerika; Engel, em que o Lindemman se torna um anjo que flutua pelo palco em suas asas flamejantes; Sonne e as rajadas de fogo, Stripped e Du Hast, que dispensam comentários. Eles retornaram ao palco mais de uma vez. A última pra cantar “Te quiero Puta”. Caramba! Que showzaço! Valeu cada centavo. De volta à BH com o sentimento de missão cumprida!
Fique aqui com alguns videos do Bluray In Amerika, gravado no Madison Square Garden!
Abraços e até a próxima!
Diário do Bikers #10 – A nova motocicleta de Webão
Era mais um dia qualquer de um agosto qualquer…. (ficou legal esse início, né? mas num foi tãão qualquer assim não…) Estávamos no início de Agosto passado. O feriado do dia 15 estava se aproximando. Sim! O povo de Belo Horizonte reserva esta data para relembrar a assunção da Virgem Maria aos céus. De uma forma mais detalhada:
Esta data cristã celebra a assunção da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, aos céus. De acordo com os relatos bíblicos, Maria teria morrido durante o sono em 15 de agosto de 43 d.C, e acordado quando já estava sendo levada para o céu pelos anjos de Deus.
Um feriado em plena segunda-feira não poderia ser desperdiçado, não é verdade? Foi o que pensei também. Estava eu trocando umas idéias com meus neurônios sobre o que fazer com essa folga, quando eles me disseram: – Ia ser duca se a gente pudesse descer a Fernão Dias até a cidade de Campos do Jordão e tomar uma Baden Baden direto da fonte… hmm Valeu meus camaradas, eu respondi! Não por isso! Eles concluíram 🙂
Bom, vou chamar os caras e ver se rola uma esticada até sampa. Foi aí que conversei com o Leo Cristão, que topou na hora. O restante não animou muito, cada um com seu motivo. Mas eu já estava decidido. O Webão, que tinha vendido sua Kawasaki Ninja 250cc há alguns dias, queria comprar uma Vulcan 650cc, também da Kawasaki. Ele vinha negociando com a única concessionária de BH, que por sinal tem um péssimo atendimento, quando achou uma ótima oportunidade em Ribeirão Preto. Sem problemas, vamos mudar o destino e bora lá buscar. Causa nobre! Nenhum interesse extra, além das excelentes cervejas produzidas por lá, como: Pratinha, Invicta, Lundi, Colorado, Weird Barrel, etc. e dos pratos sensacionais a preços acessíveis encontrados nos pubs da cidade. Não! Nem pensamos nas mais de 10 biqueiras com chopp dos diversos cantos do mundo, disponíveis no Biergarten. E de forma alguma nos importamos com o festival de cerveja artesanal – que aconteceu durante a tarde daquele Domingo que antecedia o feriado – e seus Beer Trucks, intercalados com Food Trucks de forma cirúrgica ao longo da marginal daquele Shopping que me esqueci o nome. Sem falar na banda de Rock e Blues que dava o rítmo daquele dia quente como o inferno, regado à Invicta 1000IBU on tap e gelada.
Bom, tirando isso, buscamos a moto do Webão na segunda-feira, logo cedo. Assim que a concessionária abriu, estávamos lá. Com a nova moto “em mãos”, pegamos a estrada de volta para BH, com a certeza da missão cumprida. 1150Kms que ficarão em nossas memórias 🙂
É isso aí. Abraços e até a próxima! \m/
Um ano (e cinco meses) de Bikers Division
Essa vida passa rápido demais meu camarada… outro dia estávamos planejando a criação do motogrupo e… Zás!!! A Bikers Division completou um ano de existência em abril deste ano! Mais precisamente no dia 17/04. O grupo está caminhando para o seu segundo ano numa velocidade que deixaria até R1 comendo poeira. E o que eu posso dizer sobre estes últimos 17 meses: – Uma nova vida! É isso mesmo. Nossas vidas foram transformadas de forma irreversível e para muuuito melhor, lhes garanto! Tem gente que nasce para ficar em casa, tem gente que nasce para virar escravo do trabalho, tem gente que nasce para vadiar, nós nascemos para curtir “a vida nas estradas”. Apesar de sermos um grupo iniciante, já temos muita bagagem. Vou tentar recapitular aqui alguns momentos que vivemos:
- Duas viagens internacionais:
- Um tour pela Estônia e Letônia;
- Um tour pelo litoral do Brasil, além do litoral do Uruguai e um bom pedaço da Argentina;
- Diversos encontros de motociclistas pelo Brasil;
- Dois festivais Roça’n’Roll em Varginha;
- Inúmeros roteiros gastronômicos;
- Passeios em pontos de belezas naturais em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, etc;
- etc. etc. etc.
Como um motogrupo, estamos apenas no começo e temos muito asfalto pela frente. Sabemos disso e vamos encarar com muito prazer.
Somos uma família, antes de mais nada e temos consciência da nossa responsabilidade como um grupo de motociclistas. É isso que nos fortalece à cada dia que passa. Tudo isso, junto e misturado em uma grande Panela, harmonizado ao som do bom e velho Rock’n’Roll. Isso sim representa o que nós somos e assim celebramos nossas conquistas.
A festa do primeiro ano de existência do nosso grupo foi no sítio do Cabeça (amigo nosso). Optamos por comemorar este primeiro aniversário de uma forma mais simples, mais intimista. Acampamos no sítio, churrasco, cerveja, fogueira, amigos, enfim, estórias até amanhecer….
É isso aí. Abraços e até a próxima \m/
“One game at a time, Ralph”
Diario do Biker #9 – Rota cervejeira
Não fazem seis meses que o Viking e eu, depois de nossa viagem de moto pela Estônia e Letônia (cujo post pode ser encontrado neste blog), decidimos que finalmente faríamos uma rota cervejeira pelos estados do sul e sudeste do Brasil, além de “dar um pulinho ali no Uruguai e na Argentina”. Pois bem, depois de um tempo pesquisando e lendo sobre o assunto, montamos a nossa rota. A idéia desta aventura era marcar algumas cidades que tinham bares/pubs que oferececem as cervejas artesanais cruas de cada região e passar uma ou duas noites nessas cidades para degustá-las. Sem muito compromisso com a rota em si, criamos um percurso macro, com as cidades que mais nos interessavam, já sabendo que conheceríamos pessoas pelo caminho, que nos indicariam outros destinos. Dessa maneira, a rota foi sendo finalizada durante a própria viagem. Ressalto que em momento algum pilotamos alcoolizados. E de forma alguma recomendamos isso a você. A estratégia que usamos em todas as cidades foi: a) ir até o pub desejado; b) procurar um hotel/pousada mais próximo; c) guardar as motos; d) curtir a noite; e) viajar seguro no dia seguinte.
Rodamos 6725Kms em 22 dias. Eu em minha Midnight Star da Yamaha e o Viking em sua Boulevard M800 da Suzuki. Experimentamos mais de 100 cervejas artesanais em 20 cidades diferentes, no Brasil, Uruguai e Argentina. Se prepare, pois o texto é longo, mas espero que você se divirta tanto quanto nós!
Abaixo, o mapa da rota completa, dividida em três partes.
Capítulo 1 – Descendo o Brasil
Pois bem, no Sábado, dia 19/03, partimos de Belo Horizonte com destino à Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro. Viagem tranquila, clima bom.
Ao cair da tarde estávamos na serra de Teresópolis, uma atração à parte!!! Que cenário! O clima muda radicalmente. A estrada sinuosa revela à cada curva paredões rochosos tímidos, que se escondem atrás de nuvens, quedas d’água, pássaros e uma vegetação que assume a responsabilidade de purificar o ar daquelas montanhas, além de concedê-las uma identidade olfativa única e marcante!
Mesmo parando no mirante e reduzindo a velocidade para que aquele momento durasse mais, quando percebemos, já estávamos no pé da serra, adentrando a cidade. Lugar pacato, mas cheio de turistas. Fomos para a Vila St. Gallen, pub da cervejaria Teresópolis. As cervejas cruas são diferenciadas. Notamos isso ao tomar a Gold, nossa velha conhecida engarrafada que tomamos em BH. Destaque para a Jade, uma IPA de responsabilidade. Lá conhecemos o casal Rodrigo e Vanessa, do Rio de Janeiro. Pessoas bacanas que embarcaram conosco em horas de conversa sobre a vida, o universo e tudo mais (42).
No dia seguinte pegamos estrada rumo à Paraty. Durante o percurso, enquanto nos aproximávamos de Mangaratiba, percebemos que haviam mais motos Custom na estrada que o normal. Alguns até andaram em formação conosco. No final da serra, percebemos que estava rolando um point. Fomos até lá e conhecemos o pessoal dos Amigos do Asfalto, Mangaratiba moto clube, e outros. A Adriana nos contou sobre a UMMA (União de Motociclistas de Mangaratiba). O pessoal gostou muito da nossa aventura, que estava apenas começando naquele momento. Proseamos um pouco, tiramos fotos com o pessoal e continuamos viagem. Mais um pouquinho de estrada e chegamos então à Paraty. Uma analogia rápida que podemos fazer é que a cidade é uma Outro Preto com praia. 🙂 Cidade plana, ruelas de pedras largas e irregulares. Imponente e aconchegante ao mesmo tempo. Fomos ao Brew Pub da cervejaria Caborê. O Símbolo da cerveja é a corujinha nativa da região, que dá o nome da cervejaria. Lá, degustamos os três únicos tipos disponíveis: Pilsen, Hefeweizen e Schwarzbier. A Pilsen é a melhor deles. É uma cerveja honesta, mas sem muita expressão.
No dia seguinte fomos em direção à Trindade. A estrada para lá é muito sinuosa e com muitos aclives/declives. Exige muito dos freios, do motor e da perícia do piloto, mas nada muito sério não. O único problema é que o asfalto é interrompido por um córrego, já na beira da praia. Muitas pedras irregulares e desnível considerável. Nossas motos, que são muito baixas não passariam. Apreciamos um pouco a praia do Cepilho e decidimos descer um pouco mais pelo litoral e ir até Itamambuca, praia que pertence ao litoral de São Paulo.
Olha como são as coisas, os deuses cervejeiros, que já nos acompanhavam desde o início da aventura, intercederam por nós e acabamos conhecedo a cerveja artesanal Muitas Canoas, de Itamambuca. Isso não tinha sido planejado. Cerveja muito boa. Destaque para a Rua23, estilo APA e a Venenosa, estilo IPA, que é sensacional! A Bola 8, uma Stout, também tem seu lugar. Quanto à praia, é muito tranquila e boa pra banho, ainda mais tomando uma cerveja artesanal de qualidade!! É disso que estou falando!
Bom, vamos continuar! De Itamambuca decidimos ir direto pra Curitiba. Passamos mais de 10hs na estrada por causa de acidentes, obras, engarrafamentos, caminhões de carga, etc. etc. Chegamos por volta de 21:00hs na cidade. De lá já fomos pro Hop’n’Roll, um brew pub famoso! As cervejas nos decepcionaram um pouco. A Pamela blond por exemplo, é uma Blond Ale fraca e um pouco aguada. Já a Staff Sour custou a descer. Mas valeu pelo hamburguer sensacional que comi lá! 🙂
Dormiríamos duas noites em Curitiba. Na segunda noite, fomos ao PUB Cervejaria Masmorra. Convidamos um amigo, o Paulo Mauler, que está morando por lá e fomos experimentar mais cervejas curitibanas naquela noite chuvosa. Agora sim! Podemos ver que o curitibano sabe fazer cerveja boa também. Gostei muito da Coffee IPA da Insana. Bom amargor e cremosidade. Outra bacana também, que vale a pena mencionar é a Grand Cru da DUM, uma Witbier muito boa. Depois de algumas cervejas e um bom papo, acabamos indo para outro lugar, onde encontramos alguns amigos do Paulo. Passamos o resto da noite conversando e ouvindo metal. Pessoal super gente fina! Claro, metaleiros né! 🙂 Não sei se você percebeu, mas os deuses cervejeiros estavam intercedendo por nós mais uma vez nessa noite. As amigas do Paulo, Lizzie e Laura nos indicaram ir à Urubici, assim que mencionamos que iríamos passar pela Serra do Rio do Rastro! Isso mesmo! Mas calma lá que já falo sobre essa experiência que todo motociclista deveria ter. E já falo de Urubici também, pois tem outras coisas pra falar antes disso. :). Essa dica valiosa deixou nossa viagem mais foda ainda! Valeu!
A noite se foi e no dia seguinte continuamos nosso caminho de Curitiba rumo a Joinville, em Santa Catarina. Pegamos muita chuva na estrada, além de ser feriado da semana santa. As estradas estavam cheias. Falando em estradas de SC, fica aqui uma reclamação: as estradas estaduais de Santa Catarina por onde passamos são horríveis. Conseguem ser piores que as de Minas Gerais. Passamos alguns apertos por causa de buracos na pista (vários em curvas), desníveis grotescos e quilômetros de pistas simples completamente engarrafadas. #prontofalei
Bom, chega de choro. Chegamos em Joinville e ficamos um pouco perdidos, pois a cidade tem diversas entradas saindo da BR. Resolvemos entrar na que direcionava ao centro e paramos pra buscar informações. Quando olhamos pra trás, o que vimos? O bar da Opa Bier!!! Ah, deuses cervejeiros! Hail para vocês.
Ainda chovia levemente, mas o suficiente para incomodar. Paramos no bar por algumas horas e degustamos o pão líquido da Opa. A porter deles é muito boa, por sinal. Mais tarde decidimos chegar até Blumenau. Aí sim! É o paraíso do cervejeiro.
Lá, ficamos em um hotel próximo à Vila Germânica. Dentro da vila fomos ao Bier Vila, um pub excelente e com muitas opções de cervejas cruas. Experimentamos todas da Blumenau. A Capivara Little Ipa é excelente! No dia seguinte voltamos lá e terminamos o “processo de avaliação”. Mais tarde fomos ao English Basement PUB, que foi criado pelos donos da Eisenbahn. Lugar muito foda. Estava rolando uma banda cover de clássicos do rock’n’roll. O vocalista é mineiro e ficou proseando conosco depois do show. A Eisenbahn on tap é ainda mais gostosa! Não gosto de cerveja de trigo, mas me escorre uma lágrima (de alegria) com a Weizenbock deles! :’) Nesse bar, conhecemos o casal Júlio e Simone! Pessoas super simpáticas. Ela mineira e ele Catarinense. Passamos o resto da noite conversando e saboreando as cervas de Blumenau. Eles deixaram em nosso hotel uma garrafa do licor de cerveja da Eisenbahn! Gelado é bom p@car@1! Valeu amigos!
Chovia em Blumenau há vários dias! Durante a noite não foi diferente. Isso nos preocupava, pois pegaríamos estrada no dia seguinte. Mas!!!!! Como fizemos muitas oferendas aos deuses cervejeiros no dia anterior, adivinha!? Sol! 🙂 Muito Sol! Tanto Sol, que acho que passamos da conta nas oferendas hahaha :p
Capítulo 2 – O paraíso rural
Beleza, mais estrada. Voltemos à Urubici. Um lugar incrível. Uma cidadezinha de Santa Catarina repleta de lugares para eco turismo e turismo rural. Ficamos hospedados na pousada rural Pica Pau. Pegamos um quarto na casa da filha da Edna, a dona da pousada. Lá eles produzem maçãs! Existe uma macieira gigante no fundo da propriedade deles. Na manhã seguinte o marido da Edna nos levou de trator pra conhecer a macieira e colher maçãs direto do pé! Muito massa. Esse lugar foi uma espécie de oásis para recuperarmos as energias e continuar a viagem!
Em Urubici ainda fomos ao morro da igreja, um dos pontos turísticos da cidade. Uma reserva militar que dá acesso ao ponto mais alto da região chamado Morro da igreja, cuja altitude é de 1822 metros. Ali foi registrada a temperatura mais baixa do país: -17.8. A Pedra furada tem ~10mts de diâmetro e a altura do furo é de 5 metros. Uma vista sensacional!
Descemos o morro e pegamos a estrada para (finalmente) a Serra do Rio do Rastro (Ohhhhhh). Em uma hora e pouco chegamos ao início de uma das estradas mais impressionantes que já vi. Todo motociclista deveria ir lá um dia! Já no mirante dá pra ter uma idéia da grandiosidade que a natureza criou e o homem trabalhou. A cada curva, uma queda d’água, que joga ali mesmo na pista o “fruto do seu trabalho”, nos dá o recado:
– Ok, humano. Eu te deixo passar aqui. Mas não me desrespeite, pois eu posso despejar minha ira em você.
– Sim senhora e desculpe qualquer coisa! Só estou de passagem mesmo, mas vou devagarzinho, que é pra eu conseguir entender melhor o que está acontecendo nesse momento!
– Hohohoh está bem, meu filho! Pode continuar sua jornada, pois você é do bem!
E assim passamos por cada uma daquelas curvas incríveis e demos continuidade à viagem, seguindo para Porto Alegre. Chegamos na cidade por volta das 21:30hs… filas e filas de engarrafamento nos últimos 70kms de estrada. Era Domingo e os gaúchos estavam voltando do feriado da semana santa. Corredor aqui e alí, manobra de motoboy acolá e pá, chegamos…. cansados pra caçarola (por menos palavrões nesse mundo, sqn). Já entramos em contato com o Hugo, amigo nosso que mora por lá e nos encontramos no Dirty Old Man. Um pub bacana, podrão, com um sanduba foda e boas cervas. Tomamos a Beta Blond e a Harold McFrogg. Ambas da Bardos. Boas por sinal. O Bar fechou cedo e fomos embora.
No dia seguinte acordamos cedo pra levar as motos para trocar óleo. A Boulevard do VK já estava próxima ao limite, a minha Midnight aguentava mais uns 2000kms, mas optei por trocar também, pois iniciaríamos a jornada internacional da viagem e nunca se sabe né. Mais tarde fomos ao brew pub Malvadeza. Chegamos na porta e… Fechado!! NÃO!!! Era segunda-feira, e vimos que não ia ter jeito… quando de repente, os deuses cervejeiros cutucam o Márcio, o dono do bar, que estava trabalhando lá dentro o dia todo pra ir pra casa. Nos encontramos na porta do bar. Ele nos explicou que os bares não abrem na segunda, pois é o dia de descanso deles. Ele nos indicou, entretanto, o Lagom, um dos únicos redutos de cervejas artesanais abertos na cidade, no dia. O Lagom é um clube. Você entra quando convidado. Já tínhamos nos despedido do Márcio, quando ele grita lá de longe:
– Peraí! O trânsito está muito ruim pra eu ir pra casa agora. Vou lá com vocês tomar uma e lhes dou uma carona
Hahaha Ah esses deuses cervejeiros! 🙂
Na segunda, eles funcionam sem garçom e todas as cervejas e comidas a preço de custo, praticamente. Basta ir no balcão ou na cozinha pedir sua cerva ou rango. Tudo muito bom e barato! Tomamos Bohemian Pilsner, Red Ale e a Leife Imperial IPA. Todas excelentes. O Hugo apareceu lá mais tarde. Ficamos mais um pouco e depois partimos para o Armazém Porto Alegre, um pub localizado num ponto turístico da cidade, em cima do viaduto Otávio Rocha. Lá tomamos a Roleta Russa IPA – Revolução das formigas, da cervejaria Imigração. Depois a Cacau Stout, da Baita Bier. Recomendo! A noite acabou… nos despedimos do Hugo e seguimos nosso caminho.
Juntamos nossas coisas e dá-lhe estrada, rumo ao Chuí. Passamos praticamente o dia rodando. As estradas vão se tornando retas intermináveis. Para você ter uma idéia, a última reta, chegando ao Chuí, tem 200kms! Neste trecho, são poucos postos de gasolina. O primeiro veio apenas depois de 60KMs, ou seja, como dalí pra baixo, até na Argentina, as estradas são retas gigantes, é muito importante fazer a gestão dos recursos energéticos das motocicletas. Principalmente nas zonas rurais, onde os postos são mais distantes ainda. Essa reta, que nos levou ao Chuí, corta uma reserva ecológica muito bonita, apesar de perigosa, pois animais cruzam a pista o tempo todo. Muitos pássaros dando rasantes. Mas é marcante o cheiro da mata daquela região.
Capítulo 3 – Chegada às terras “gringas”
Chuí nos decepcionou um pouco. Lembra a divisa com o Paraguai.
Logo na fronteira, chegamos à aduana Uruguaia.
– Encoste as motos alí e vão resolver a documentação, disse o agente da fronteira uruguaia.
Lá dentro, um agente brincalhão nos pediu os passaportes e, entre uma piadinha e outra, nos pediu os cartões de vacinação. Falou que era obrigatório por causa do Zica vírus. Não levamos os cartões, pois não é exigido para se entrar no Uruguai nem na Argentina. Além disso, não tem vacina contra o Zica. Ele nos chamou numa sala e já se preparou para pedir propina, pois insistia em dizer que sem os cartões não poderíamos entrar no país. Quando ele viu a câmera no capacete do VK, nos perguntou se estava gravando e depois mudou o discurso…
– Ok amigos, podem ir, mas vocês me devem um presente hein! hahaha
Presente no seu r@bicó, pilantra! 🙂 Será que foram os deuses cervejeiros que o fizeram temer a câmera? Hail!! \m/
Bom, apresentamos as cartas verdes lá fora e seguimos viagem até Punta del Diablo. Lá ficaríamos duas noites. Esse lugar foi recomendado por um amigo do VK, que tinha ido ao Uruguai há duas semanas atrás. Na minha opinião, não vale a pena… a infraestrutura é muito rudimentar e as praias não são tão legais assim. Achamos um restaurante bom para jantar, apesar de tudo, e tomamos a Volcanica, cerveja artesanal Uruguaia de Las Toscas. A Belgian Blond Ale deixa um pouco a desejar, já a Dubbel é razoável. No outro dia, perto da praia, foi a cerveja Patricia que aliviou o calor. De qualquer maneira foi bom passar duas noites lá pra descansar.
De lá partimos para Montevideu, mas parando na Laguna Garzón, em Punta del Este e Puta Balleja, três lugares incríveis que devem ser visitados. O acesso à Laguna é por estrada de terra. Mas são 30Kms de estrada batida em boas condições. Uma ponte novinha em folha conecta o trecho de estrada cortado pela lagoa. As praias de Punta del Este são sensacionais. Em Punta Ballena pode-se visitar a Casa del Pueblo, um lugar turístico construído em um penhasco de frente para o mar! Most impressive! As estradas melhoram assim que nos aproximamos de Montevideu. Tapetes de asfalto brilhante. Vias cintilantes que refletem o brilho do Sol. As motos agradecem o conforto para “seus pés”.
Em Montevideu, guardamos as motos e fomos procurar algo pra comer. Mais tarde, à noite, fomos à Mastra cervejaria. Que cerveja ruim…. Não salvou nada. Todas muito aguadas e muito carbonatadas. Sem sabor e de aspecto terrível. Partimos no dia seguinte pra Colônia del Sacramento. Aí sim! Lá fomos ao Brew Pub Barbot. Choveu o tempo todo e mais um pouco durante a noite. Mas a cerveja era boa pelo menos! Destaque para a Dublin, uma Double Stout! Nossa que cerveja foda, tomei uns 4 copos hahaha
Pra fechar a noite, passamos num Cassino e gastamos alguns pesos. Mas a sorte no jogo não estava ao nosso lado. Saímos por volta de umas 2 da manhã. Chovendo ainda, na porta do hotel, não havia porteiro e tudo trancado… que legal!! :/ Tocamos a campainha, batemos na porta, gritamos e nada… o jeito foi pular o muro, pegar nossa chave na recepção e ir dormir! 😀
Amanheceu, chuva ainda, pegamos o Buquebus, que nos levou até a Argentina. Uma hora no mar e tudo certo, Buenos Aires! Que diferença dos agentes aduaneiros. Sem pilantragem. De cara, pegamos uma lasanha no Broccolino, um restaurante italiano foda! Excelente comida. Rolê na cidade e à noite fomos ao Porto Pirata comer. Depois, no Pub Irlandês Kill Kenny. Ótimas cervejas artesanais, principalmente a Pale Ale e a Stout. Ficamos sabendo de um festival de metal que rolaria do outro lado da cidade. Era uma reunião de duas bandas fodas de Trash argentino: Metralla e Lethal, além de outras três bandas convidadas. Muito bom! \m/ Fechou essa noite com chave de ouro. No dia seguinte, comemos um bife chorizo sensacional e demos uma volta na cidade. O Sol apareceu nesse dia e ficamos animados, pois partiríamos rumo ao Brasil no outro dia. Amanheceu e?! Chuva… :/
Capítulo 4 – A tempestade na volta pra casa
A vida nas estradas é assim, bora! Conseguimos sair da cidade de boa, com pouca chuva. Quando estávamos há uns 150kms de Buenos Aires, o céu desabou… já estávamos na zona rural e não tinha muito o que fazer a não ser reduzir a velocidade e continuar. Foram mais de 6hs debaixo de uma tempestade. O asfalto não é tão bom quanto no Uruguai, mas rendeu, razoavelmente. Depois de algumas horas molhando, você já liga o foda-se e só foca em seu objetivo: chegar. A chuva deu uma trégua, quando estávamos a ~600kms de Buenos Aires. Vimos a nuvem gigante e tenebrosa sair de cima das nossas cabeças e ficar pra trás nessa história. O Sol, tímido, apareceu só pra avisar que já estava de partida. Já era tarde e não dava mais tempo de chegar próximo à fronteira com o Brasil. O jeito era achar algum lugar pra dormir. Rodamos até o Sol se por e entramos em um vilarejo cuja placa na estrada indicava posto de gasolina e hotel. Em pouco tempo descobrimos que ninguém aceitava cartão no vilarejo. O Hotel consumiu boa parte do nosso dinheiro em espécie. O que sobrou não era suficiente para pagar a gasolina para as duas motos, até chegar ao Brasil. Não dava pra gastar muito com comida também, apesar da fome apertar. Até tinha um caixa ATM no vilarejo, mas por causa da chuva, houve uma queda de luz e o sistema de segurança do caixa o bloqueou…. Comemos misto quente na janta e fomos dormir. Decidimos que tentaríamos sacar dinheiro em outra vila, há 45Kms dalí, chamada La Cruz. Gastamos o resto do dinheiro enchendo os tanques e partimos. Se não conseguíssemos sacar o dinheiro em La Cruz, acabou o plano de voltar pela Argentina e teríamos que cruzar a fronteira para o RS…. Mas os deuses cervejeiros intercederam mais uma vez e sim! Sacamos la plata e continuamos nossa viagem. Lições aprendidas deste último capítulo, amiguinhos:
- Guarde todas as suas roupas em sacos plásticos, dentro do seu alforge. Tudo irá molhar, mas você terá roupas secas para continuar no dia seguinte.
- No interior da Argentina ninguém aceita cartão. Tenha bastante dinheiro para abastecer, comer e pagar hotel, caso necessário.
- As distâncias entre os postos no interior são muito grandes. Apareceu um, complete o tanque, pois possivelmente passará mais 100Kms sem posto, dependendo do lugar!
Com dinheiro nas mãos, aceleramos rumo à Cascavel. A estrada estava cheia de motociclistas. Teve um Moto GP na Argentina e a turma toda foi lá conferir. Mantendo uma média de 140Kms/h, atingimos nosso objetivo. Em Cascavel, conhecemos o Anderson, dono o Yard, um bar de cervejas artesanais. Camarada super gente fina. Ele não tinha nenhuma local crua, mas tinha engarrafada. Tomamos a Lumem e a Steam Punk, da Mithra, uma microcervejaria de um amigo dele. Ótimas cervejas! O Anderson fechou o bar e foi conosco para o Bartuga, um pub que tem as biqueiras da cerveja Providência. Experimentamos várias. Destaque para a Casca Hell, uma ESB e para a SucurIPA. Pra fechar, tomamos a Petroleum, da DUM. Para quem conhece a Petroleum da Walls, saiba que a Walls comprou o direito de usar o nome, mas as receitas são diferentes, apesar do estilo ser o mesmo. A da DUM é um pouco mais doce, mas melhor se comparada à da Walls, na minha opinião. Tão forte quanto. No Bartuga, conhecemos o Gabriel, dono da Providência. O bar fecharia por volta da 1 da matina, mas deixaram aberto por mais um tempo por nossa causa. Conversamos sobre cerveja e bebemos a noite toda. Pessoal super gente boa. O Gabriel falou para passarmos na fábrica no dia seguinte para pegar brindes. Dois kits de três garrafas: JararAPA, CascaHell e SucurIPA. Valeu Gabriel!!!
Saindo de Cascavel, fomos até Marília, no interior de São Paulo. A cidade não produz cerveja artesanal, mas fomos ao Doctor Beer, um pub com uma carta respeitável de cervejas artesanais. Tomamos a Hop Lover da Dogma, a Helles Bock e a IPA, da Cathedral, além da Xipa Gato, uma IPA da Xicona Bier. As da Cathedral são muito boas, por sinal. São feitas em Maringá.
Capítulo 5 – Foi bom enquanto durou
Agora, finalmente, nosso último destino antes de voltar pra casa: Ribeirão Preto. Terra da Invicta, Colorado, Walfänger, Weird Barrell e Pratinha. Fomos jantar e beber no Brew Pub do Pirata, o Weird Barrel. A Hard Tack é uma Golden Ale leve, boa pra começar. A Grand Brown é a melhor deles (pelo menos naquela noite). Uma Brow Ale. A Naughty Grog, a Black IPA deles, parece mais uma Stout. O Malte torrado é predominante no sabor. Já a Captain Klaus, a Hefe Weizen, é bem azeda e não tem uma boa “bebilidade”. O dia seguinte, véspera do nosso retorno, foi o dia da preguiça. Acordamos tarde… escrevi um pouco este post… até que resolvemos almoçar no pub da Invicta. Foi bem decepcionante. Primeiro não era um pub. Era um restaurante bem simples que servia até self-service no almoço. Eles tinham apenas três biqueiras: Pilsener, Boss (Imperial IPA) e a Velhas Virgens Fruit Beer. A Boss é muito boa, mas esperávamos encontrar a 1000IBU crua, só que não… comemos e fomos ao Bier Garten, no mercado novo. Lá realmente é um pub de verdade! Começamos com a Pratinha Caramuru, uma Vienna Lagger super cremosa e muito saborosa! Gostei muito da Conclave da Pratinha também. Uma Rauchbier deliciosa! Melhor que a da Bamberg (engarrafada)! As demais da Pratinha não me chamaram a atenção.Experimentamos a Extrema também, cerveja do próprio Bier Garten. É honesta, mas não surpreende. Agora o que mais me impressionou foi a Aphrodisiaque, da Dieu du Ciel. Uma American Stout que pra mim, foi a melhor cerveja que tomei nesta viagem! No Bier Garten conhecemos a Gabriela, dona no lugar e o Gustavo, um motociclista cervejeiro gente boníssima. A Gabriela nos deu um presente antes de irmos, claro tinha que ser uma cerveja 🙂 a Green Dream, uma IPA da Noturna, uma cervejaria de São Paulo. Valeu!
Saindo de lá, ainda passamos novamente no Weird Barrel, para experimentar as duas novas da SP-330, uma APA e uma IPA. Mas o que impressionou mesmo foi a Drunken Kraken, uma Imperial Stout que o Rafael nos apresentou em primeira mão. Produção deles mesmo. Uma Imperial Stout equilibrada, cremosa e com muita “personalidade”. Na minha opinião, a melhor nacional que degustei nessa viagem, um pouco atrás da Aphrodisiaque. Nesta mesma noite, conhecemos o Marcelo, ex-dono da Colorado. Viajamos em suas histórias. Pessoa super bacana. Ele enviou uma mensagem para a Flávia, da sua equipe lá na Colorado, pedindo para nos acompanhar na manhã seguinte em um tour. A Ambev comprou a Colorado e construiu uma fábrica maior. A produção vai passar de ~100K litros para ~750K litros por mês. Como eles estão de mudança, não tem mais visitação na fábrica antiga, mas ele insistiu que deveríamos visitá-la antes de ser desativada.
A Flávia nos recebeu super bem. Pessoa muito bacana também. Ela nos explicou os processos atuais, desde a preparação do malte, brassagem/fervura, fermentação, maturação, envase, etc. Foi muito bom! No final ainda provamos a Appia fresquinha, tirada direta do maturador. Delícia! 🙂 Obrigado, Flávia! 🙂
Bom, é isso…. pegamos estrada rumo a BH e chegamos no meio da tarde em casa, com a sensação de missão cumprida. Que viagem foda!! Valeu cada segundo. Só temos a agradecer a todos que conhecemos nessa viagem, pelas dicas, pela hospitalidade, pelo tempo dedicado à nós. E que venha a próxima! \m/
Capítulo 6 – Dicas e comentários finais
Muita gente vai pensar: que loucura! Difícil fazer algo assim e tal. Bobagem. Antes de mais nada é preciso ter vontade, gostar de aventura, gostar de estrada e ter uma motivação a mais. No nosso caso, a motivação por conhecer cervejas artesanais formatou o roteiro da viagem, além de uma moto e um pouco de dinheiro, é claro. Cansa menos do que você pensa. E o prazer de se rodar em estradas boas como as do Uruguai, não tem descrição!
É preciso ter motos grandes como as nossas pra fazer uma viagem dessas? R: Não! Tem gente que faz viagens muito maiores com moto 100cc. Depende do seu preparo físico e sua força de vontade. Uma moto Custom para rodar em velocidade não muito exagerada e em asfalto é muito confortável. A Midnight é um sofá ambulante. As únicas dores que eu senti foram no pescoço, por causa do vento e nos ombros, por causa da mesma posição dos braços durante muito tempo. Mas nada exagerado. Um dia depois já estava curado. Estradas retas e descampadas como as do Uruguai e da Argentina têm muito vento lateral, o que reduz o conforto da viagem. É recomendável usar uma bolha para manter velocidades maiores e mais constantes.
A gasolina no Uruguai e Argentina é a Nafta. Gasolina pura! Azul (95) e verde (98). O Motor agradece aquele “refresco” de combustível. Gastamos aproximadamente 300litros de gasolina por moto, num total de ~R$1500,00 com combustível durante toda a viagem.
O combustível dos pilotos foi listado neste documento. Aqui você irá encontrar todas as cervejas degustadas nesta viagem, bem como suas notas. Foram consumidos aproximadamente 50Litros de cerveja.
Aproximadamente 6000 insetos foram mortos nessa viagem. Boa parte deles se tornaram parte integrante de nossos coletes. Peço perdão às famílias dos falecidos. De forma alguma era nossa intenção atropelá-los, mas a vida nas estradas é assim…
Ah! Antes que eu me esequeça, é importante levar ferramentas para resolver eventuais problemas na estrada. O peito de aço da minha moto quebrou quando bateu em um quebra-molas alto e tive que ajustá-lo para continuar a viagem. A proteção da correia partiu ao meio depois de uma pedrada. Silver tape segurou a onda por alguns dias, mas depois foi preciso retirá-la. Sem ferramentas, já era. Viaje com pouca coisa. Viaje leve e guarde o que não pode molhar em sacos plásticos. Essa dica é super valiosa!
Por fim, chame seus amigos, planeje sua viagem e vá! Saia do papel e execute seu plano na vida real!
A vida é curta e você vai se arrepender se não fizer isso!
É isso aí. Abraços e a gente se vê por aí.
Panela do Rock é Rock’n’Roll e motociclismo. É a vida nas estradas!
Video 1 – Trecho: Serra do Rio do Rastro/SC
Diario do Biker #8 – Um Sábado à tarde em Itabirito
O Thiago (little), brother nosso, dia desses falou: – Cara, junta o pessoal da Bikers Division e vai dar um rolé em Itabirito! (Itabirito é a sua cidade natal). Pensei: Why not! 🙂 Chamei os caras e o Thiago montou o roteiro. Fomos em 6: Viking, Alberto, Webão, Bráulio, Susu e eu. Isso aconteceu no dia 20 do mês passado… Sábado ensolarado, por volta de 10:40 pegamos a BR040 sentido Rio/Ouro Preto. Pertinho! A cidade fica a~57KMs de distância de BH.
Itabirito foi fundada em 1752, como um distrito de Ouro Preto. Hoje cidade, possui cerca de 45Mil habitantes. Mas suas redondezas é que nos surpreenderam. Mas sem spoilers 🙂 Vamos por partes.
Marcamos de encontrar o Thiago na distribuidora de bebidas do pai dele. Chegando na cidade, lá estava ele trabalhando. Seu pai chegou uns 30 mins depois, o liberando para nos levar para almoçar. Janine, sua namorada, completou o casal anfitrião, que nos guiaria por momentos ducarvalho.
Logo de cara pegamos uma estradinha super gostosa, para São Gonçalo do Bação, a 40mins de Itabirito. Um pequeno distrito bem pacato. Fomos direto para o Bar Cachoeira. Lugar excelente para se almoçar. Fogão à lenha, self-service de porções de torresmo, linguicinha, mandioca, etc, etc. Além do sensacional filé de tilápia! Show de bola! Depois de “descançarmos” o almoço e após muita prosa com os amigos, fomos andar um pouco pelas ruas do distrito. Conhecemos a igreja e acabou. hahaha. De lá partimos de volta para Itabirito. Webão e Bráulio pegaram a estrada de volta para BH. O restante do grupo seguiu o guia Thiago para um “Café com Requinte“. Só para você ter uma idéia, o Thiago perguntou para nós que bolo nós queríamos para o café da tarde. O bolo de limão venceu! Ele então ligou para o dono do café e solicitou que ele fizesse esse bolo para nós! Só posso dizer uma coisa: sensacional! Tudo muito bom!
Depois do café, já eram umas 17:00hs. Decidimos voltar para BH, mas com vontade de voltar!
Voltaremos, claro. Quem sabe faremos um eco turismo pelas cachoeiras da região, que são muitas! Se rolar mesmo, posto aqui, pode ter certeza 😀
É isso! Abraço e até a próxima!
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Diario do Biker #7 – Gruta do Maquiné
Passou o Carnaval, acabou a brincadeira, então bora pra mais um passeio. Ah! Antes de mais nada, é bom frisar que o moto turismo é um dos principais objetivos do nosso motogrupo. Seja ele para conhecer novos lugares, pessoas diferentes, culturas diferentes e/ou pratos diferenciados. Logo, não pegamos estrada apenas para acumular KMs, mas também para guardar boas lembranças! 🙂 Bom… vamos lá! Estava eu trocando uma idéia com o Léo Cristão sobre a vida, o universos e tudo mais (42), quando ele sugeriu visitarmos a Gruta do Maquiné, na cidade de Cordisburgo/MG. Para quem não sabe, Cordis, do latim, significa Coração e Burgo, do alemão, significa cidade, logo: Cidade do Coração. Mudou sua vida, hein! Fala aí! 🙂
Um passeio rápido: 125Kms de BH. Marcamos para este último Domingo. Devido a um imprevisto, Léo abandonou o barco, mas sua idéia permaneceu viva em nossos corações! Domingueira: 9:28 da madrugada, primeiro posto na saída da BR040 para Brasília. Lá: Vegetal, Jairão, Susu e eu nos encontramos. A BR040 está muito boa, já o trecho de ~26Kms da MG231 está com o asfalto muito ruim. Enfim… partimos rumo à terra do grande escritor Guimarães Rosa.
Eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruím, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! (…) Este mundo é muito misturado … (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
Cordisburgo é uma cidadezinha pacata, com jeitinho interiorano e bem desconfiada. Os moradores são simpáticos e receptivos. Fomos muito bem recebidos no restaurante que almoçamos…. (vish, acho que estou com fome, pois já estou pulando pro final da história…. vamos voltar então!)
A Gruta do Maquiné foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné e mapeada por Peter Wilhelm Lund, um naturalista Dinamarquês especialista em mamíferos. Ela começou a ser visitada de forma desordenada por pessoas que começaram a destruir a gruta (brasileiros? ô raça). Ainda bem que ela passou a ser controlada. Hoje, todas as visitas são guiadas. Os guias “tentam” conscientizar os visitantes da importância da preservação. Paga-se R$ 20,00 pela entrada para se ter acesso a 7 salões e ~650 metros de extenção. A gruta possui outros salões, mas o acesso a eles não é trivial.
Peter Lund encontrou alguns fósseis dentro da gruta, um deles, de uma preguiça gigante, que tinha ~3 metros de altura. Ela não viveu dentro da gruta, seu corpo foi levado pelas águas e repousou lá durante milhares de anos à espera do nosso intrépido Dinamarquês. Os ossos foram levados para Copenhagen e não para um museu qualquer no Brasil, logo, se você quiser ver o que restou da preguiça gigante brasileira, vá para a Dinamarca!
Bom, é isso. Viagem tranquila. Estrada boa! Céu claro. Tudo certo! Espero que tenha gostado desta aventura! Até a próxima!
Foto 360 do sexto salão: http://sphcst.com/8h21k
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Diario do Biker #6 – Bulldogs, Sete Lagoas & Raíssa
Na quinta-feira da semana passada falei com os caras: “Bora no point dos Bulldogs em Pedro Leopoldo, almoçar no Panela de Pedra na saída da cidade, passar em Sete Lagoas e, na volta pela 040, tomar um café na casa do avô da Raíssa (nossa amiga e membro da Bikers Division), que mora no Quintas do Lago?”. Domingo partimos. Como temos uma “veia” gastronômica, sempre saímos mais tarde, próximo do horário do almoço. Prezamos por uma boa refeição, sempre!
A idéia era sair 11:00hs da manhã do posto BR ao lado do Via Brasil na Av. Pedro I. Quando deu 10:00hs ainda estava chovendo na região norte e bem nublado pros lados do centro de BH. Os caras ficaram com receio de pegarmos muita chuva, mas eu tinha em mente que deveríamos ir e botei pilha. Eles decidiram por esperar um pouco. O céu abriu depois de 11:30hs e então fomos ao ponto de encontro. Partimos às 12 e qualquer coisa do posto, rumo à Pedro Leopoldo, pela linha verde. Céu limpo, Sol no rosto, vento da estrada…. tudo certo 🙂
Há uns 15kms da entrada da cidade, um motociclista solitário pediu permissão e se juntou ao nosso comboio, entrando em formação. O levamos até o restante dos seus amigos, que aguardavam no acostamento alguns quilômetros à frente. Estrada vazia, ritmo constante, chegamos em Pedro Leopoldo.
No point, enquanto a ba nda se preparava para começar o som ao vivo, conhecemos o Leo Batatinha, fundador e membro do Motoclube. A galera é muito bacana. Circulamos pelo point até começar a banda. Repertório muito bom e a execução bem razoável. Eis que Léo Cristão diz: – “Puta fome do caralho, meu!” Mentira! Ele nunca diria algo assim 🙂 Na verdade ele só disse que estava com fome e decidimos partir. Nos despedimos e pegamos estrada rumo ao Panela de Pedra. Comida farta, muitas opções de carne, mas o custo benefício não vale a pena… muito caro!
Depois de encher a “pança” bate aquela “lombeira” mas
engole o choro, pede um café e bora pra Sete Lagoas. Continuando pela MG424, chegamos à cidade e fomos direto pra lagoa Paulino. Demos uma volta em torno da lagoa, paramos, descansamos, tiramos algumas fotos e… GO! BTW, cidade bonita. Primeira vez que passeio pela cidade. Gostei do que vi.
GO! GO! GO! -> MG040. Alguns quilômetros saindo da cidade já fizemos o retorno rumo ao condomínio Quintas do Lago. Já na portaria encontramos a Raíssa e sua tia. Elas nos levaram até a casa… mais uma esticada na varanda com uma Akita e um labrador obeso. Raíssa diz: – “Vamos tomar um café na casa do vovô!” Claro! 🙂 descemos para a casa do vovô. Fizemos uma roda de bate papo no quintal do vovô, como de costume em Minas. Papo vai, papo vem, café está pronto! Muito bom! Eu não tomo café com açúcar… detesto coisa doce, aliás… mas o vovô teve a manha de “calibrar” o seu café. Muito bom!
Depois de muita prosa, já estava escurecendo… decidimos partir. Crepúsculo na 040. Tudo certo, rítmo bom, voltamos pra casa com a alma leve. Dia muito bacana. Obrigado a todos! Pra finalizar, espetinho e uma Leffe Bruin na entrada do bairro do VK, pra arrematar com classe 😉
É isso! Abraços e até a próxima!
JP
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Exhale the Sound 2015
O Exhale The Sound (ETS) é sem dúvida um dos festivais underground mais fodas do país. A sua terceira edição aconteceu no final de semana dos dias 06 e 07 de novembro de 2015. Cinco bandas tocaram na sexta-feira, na Casa do Jornalista e mais catorze bandas no Sábado, no espaço Nook (lááá no fim do mundo).
Fez muuito calor na noite de sexta-feira. A área do palco na Casa do Jornalista é muito abafada. Foi muito difícil ficar próximo ao palco por muito tempo. O jeito era ir pro lado de fora, respirar um pouco, refrigerar e conferir a exposição de zines, vinis, desenhos, pinturas, etc.
A banda que mais me chamou a atenção no primeiro dia do evento foi a Mácula, da Bahia. Os caras destruíram tudo com um som brutal e viajado ao mesmo tempo!! Muito foda! Vale a pena conferir!
No Sábado a história foi diferente. O espaço Nook, apesar de longe do centro da cidade, é um sítio. Perfeito! Lugar muito foda pra se fazer um festival. Muita grama, árvores, sombra, piscina, etc. e tudo ao ar livre, o que foi o mais legal na minha opinião!
Foram montados dois palcos. Enquanto rolava som em um deles a próxima banda se preparava para entrar em ação no outro. O público não foi prejudicado, pois os shows não aconteciam simultaneamente. Terminava um, bastava caminhar até o outro palco e a festa continuava.
A maioria das bandas que tocou era de metal extremo. Muito Death, Grind & Black. Mas a brutalidade às vezes dava espaço para um post rock de qualidade.
Curti muito os shows de Sábado. Os destaques do dia, IMHO, vão para:
- Besta: Os portugueses (Lisboa) destruíram com um showzaço fudido! Grind foda e massacrante.
- Offal: Death Metal de Curitiba. Podre, brutal e ducaralho!
- Death by Starvation: Black Metal destruidor, apesar de ser apenas uma banda projeto, detonou! Fechou em alto estilo com um cover de Mayhem!
- Social Chaos: Banda podre de metalpunk de sampa. Showzaço! Muito mosh!
- E a Terra nunca me pareceu tão distante: Apesar de não ser o estilo que curto (post rock), os paulistas mandaram muito bem em sua performance ao vivo. Psicodélica, viajada, moderna.
Para completar, cerveja a preço justo. Muito bem organizado. Estacionamento amplo. Tudo certo! Agora o que nos resta é aguardar a próxima edição deste evento fodaço!
Confira algumas fotos do evento no álbum da Dayane.
Valeu!
JP
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