Maximus Festival 2016

Assim que saiu a notícia que o Rammstein tocaria no Brasil este ano, tinha certeza que veria um show foda, image-20160822_2130231mas não imaginava que seria o show mais foda que assistiria na vida!!! Bem… só pra te contextualizar, sou fã da banda desde mil novecentos e noventa e qualquer coisa… (mais pra mais do que pra menos coisa). Vi os caras lançarem albuns sensacionais nestes últimos, digamos, 20 anos. Mas quando os caras lançaram o “Rammstein in Amerika – Madison Square Garden” ano passado, eu pensei: – Caralho!!! Que que isso!! Preciso ver essa bagaça ao vivo. Aí, pá! Rolou o Maximus Festival dia 7 de setembro de 2016, no autódromo de Interlagos em São Paulo. Em plena quarta-feira, dia da independência do Brasil. É disso que estou falando \m/

Meu interesse era apenas no Rammstein, inicialmente, mas como era um festival, foram anunciando o Lineup aos poucos. Marilyn Manson! Yes! Sempre quis ver um show dele, desde minha adolescência. Não é uma banda que escuto com frequência hoje em dia, mas tá bacana! Disturbed!! Yay! Conhecia o som dos caras desde 2000, quando ouvi pela primeira vez o “The Sickness”. Melhor album deles, na minha opinião. Os álbuns que vieram depois foram mais do mesmo, de uma forma geral, mas o som é bem bacaninha. O resto… aí prefiro não falar muito, pois pra mim foi uma enxurrada de choradeira emo e hipster.

Vi o show do Hell Yeah, pela segunda vez, mais pra ver o Vinnie Paul Abbot (ex. batera do Pantera). Mas convenhamos… que bandinha meia boca…. Bom, deixa pra lá. Vamos falar do que importa. Ah, antes de entrar de vez nos shows da noite, vamos falar do festival. Padrão europeu!! Muito bem organizado. O esquema de cashless é muito eficiente mesmo! O lugar foi muito foda! Simplesmente o autódromo que vi Ayrton Senna vencer diversas vezes nas manhãs de Domingo (Bateu a saudade agora! Bandeira quadriculada e pã pã pã…. pã pã pã… Ayrton Senna do Brasil!!).

Tinham ambulantes de cerveja em todos os cantos. Impossível ficar seco. As filas foram bem razoáveis durante todo o evento. Até mesmo as do banheiro fluíram bem, apesar de poder ter sido melhor a distribuição e quantidade de banheiros.  As praças de alimentação atenderam perfeitamente à demanda. Os shows foram realizados em dois palcos principais (Maximus e Rockatansky) e um palco mais afastado (Thunder Dome), com bandas menores e mais “experimentais” se podemos dizer assim. Cheguei cedo e assisti a quase todos os shows. Queria ter um embasamento antes de criticar… Ok. Estou embasado e a maioria das bandas realmente não me agradou. Gosto é gosto, então ficamos por aqui nas críticas.

Agora vamos pra parte ruim. O “outro lado da moeda” do cashless é o custo efetivo das coisas no evento. A moeda oficial do evento é o “Metal”. Cada metal, vale mais ou menos 3.6 reais. Um pastel de vento custava 3 metals, logo ~ R$ 11,00. Caro pra caralho, na minha opinião. Cerveja, só Budweiser, patrocinadora do evento. também custava 3 metals a lata. 11 mangos numa lata de Budweiser (morna)…. tá de brincadeira né… Mas é festival, tudo é festa, vamos parar com a choradeira e bola pra frente… Pelo menos durante o show naquela muvuca lá na frente, sempre aparecia um ambulante pra salvar. 🙂 Aliás, apesar dos shows estarem bem lotados próximos ao palco, foi possível ver de perto os três grandes shows da noite, diferentemente de um Rock’n’Rio da vida. Isso eu achei bem legal!

Pra mim, o festival começou com Disturbed no palco. Fizeram um show impecável, com direito a uma sessão de covers no final e baladinha “The sound of silence” de Simon & Garfunkel (1964). Faltou apenas a Shout, do Tears for Fears! Cover foda que os caras fizeram no the Sickness. Logo em seguinda entrou o Marilyn Manson! Pançudo e com um corte de cabelo de presidiário! Hahahah muito foda! O cara é um showman. Cada música é um evento à parte. Ele cantou as principais músicas de seu repertório, incluindo: Dope Show, Beautiful People e Sweet Dreams! Fez uma homenagem a David Bowie, com um trecho de Moonage Daydream. Cortou a mão logo nas primeiras músicas e passou o sangue na cara! hahaha brigou com um fã e andou de pernas de pau! Sensacional! Tudo o que os fãs do cara esperavam.

Finalmente… os alemãesimage-20160822_2129451 do Rammstein apareceram no palco, após uma contagem regressiva de 60 segundos!! Till Lindemman surge todo de branco, atira a sua cartola explosiva em um canto do palco e canta a Ramm 4, um medley para abrir o espetáculo. Muito foda! Foram muitas bombas, fogos, explosões, iluminação e efeitos de palco de fazer o c* cair da bunda 🙂 Recomendo fortemente qualquer pessoa assistir um show dos caras se surgir uma oportunidade, mesmo não gostando de metal ou do som desses malucos. O show deles é como se fosse o Circo de Soleil do metal! Algo pra ficar pra sempre na memória!! Destaque pra “Ich du dir weh”, cuja performance foi praticamente idêntica ao show do In Amerika; Engel, em que o Lindemman se torna um anjo que flutua pelo palco em suas asas flamejantes; Sonne e as rajadas de fogo, Stripped e Du Hast, que dispensam comentários. Eles retornaram ao palco mais de uma vez. A última pra cantar “Te quiero Puta”. Caramba! Que showzaço! Valeu cada centavo. De volta à BH com o sentimento de missão cumprida!

Fique aqui com alguns videos do Bluray In Amerika, gravado no Madison Square Garden!

Abraços e até a próxima!

Infernal Death

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Em 23/04/2016 aconteceu no Espaço Rock Bar mais um evento que reuniu a “mortualha headbangers” do cenário underground, para mais um ataque devastador.
Para quem ainda não conhece o local, a “casa” Espaço Rock Bar é um local aconchegante com 3 ambientes (um deles aberto). Cerva a preço justo e salgados para curar a larica do pessoal. O Bar tem se destacado em prover eventos destruidores. Para isso, conta com a presença de bandas de vários estilos da cena podre do metal. Neste dia não foi diferente!
Foi anunciado que os portões do inferno abririam às 19h, mas já conhecendo a “pontualidade” brasileira, chegamos apenas por volta de 20:30, mas adivinhem! Atrasou ainda mais… Ainda esperamos pouco mais de 1 hora para dar início à destruição. O som ainda não estava aquela Brastemp. Mas vamos lá… Engole o choro e vamos ao que interessa! \m/
A batalha do apocalipse foi iniciada pelo exército infernal do PERLOKUS (Black/Death) de Divinópolis, vociferando blasfêmias e desgraça. Os caras apresentaram um black metal cru e direto. Em seguida, surge das trevas a prata-da-casa: ABASBARON, de Belo Horizonte. Pregando ódio e caos. Os headbangers já começaram a bater cabeça nas primeiras músicas. O mosh dominava o snake pit ao som do bate estaca destruidor da batera e das guitarras, que destilavam veneno. Em seguida, saindo do túmulo, BEYOND THE GRAVE assume o platô elevado, trazendo um Thrash extremamente agressivo e brutal, deixando o público moshando como bestas selvagens. Simplesmente DUCA!
Pouco depois da apresentação do BEYOND THE GRAVE, seguramos a onda mais um pouco, mas não teve jeito… O evento teve baixa de três guerreiros da noite, levados pela fome e pelo sono :(. Vimos somente o MØRK VISDOM passar o som e este foi nosso deadline. Deixando pra trás AMAZARAK e CEMITÉRIO. O que foi uma pena. Uma das bandas que mais estava fazendo questão de ver, além de BEYOND THE GRAVE, era CEMITÉRIO. Mas o jeito foi voltar para casa e saciar a cede de sangue escutando o CD.
Para quem não conhece, um pouco de historinha: CEMITÉRIO é uma banda de Death/Thrash de um homem só, criado pelo multi-instrumentista Hugo Golon, que trás uma proposta temática de filme de terror. Todas as músicas levam os nomes de temas consagrados de filmes de terror setentistas e oitentistas. Hugo também é integrante de outras bandas: FLAGELADOR, BLASTHRASH , INFECTED e COMANDO NUCLEAR; apresentando um currículo invejável.
Até o próximo ataque dos mortos vivos!
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Diario do Biker #9 – Rota cervejeira

Não fazem seis meses que o Viking e eu, depois de nossa viagem de moto pela Estônia e Letônia (cujo post pode ser encontrado neste blog), decidimos que finalmente faríamos uma rota cervejeira pelos estados do sul e sudeste do Brasil, além de “dar um pulinho ali no Uruguai e na Argentina”. Pois bem, depois de um tempo pesquisando e lendo sobre o assunto, montamos a nossa rota. A idéia desta aventura era marcar algumas cidades que tinham bares/pubs que oferececem as cervejas artesanais cruas de cada região e passar uma ou duas noites nessas cidades para degustá-las. Sem muito compromisso com a rota em si, criamos um percurso macro, com as cidades que mais nos interessavam, já sabendo que conheceríamos pessoas pelo caminho, que nos indicariam outros destinos. Dessa maneira, a rota foi sendo finalizada durante a própria viagem. Ressalto que em momento algum pilotamos alcoolizados. E de forma alguma recomendamos isso a você. A estratégia que usamos em todas as cidades foi: a) ir até o pub desejado; b) procurar um hotel/pousada mais próximo; c) guardar as motos; d) curtir a noite; e) viajar seguro no dia seguinte.

Rodamos 6725Kms em 22 dias. Eu em minha Midnight Star da Yamaha e o Viking em sua Boulevard M800 da Suzuki. Experimentamos mais de 100 cervejas artesanais em 20 cidades diferentes, no Brasil, Uruguai e Argentina. Se prepare, pois o texto é longo, mas espero que você se divirta tanto quanto nós!

Abaixo, o mapa da rota completa, dividida em três partes.

Capítulo 1 – Descendo o Brasil

Pois bem, no Sábado, dia 19/03, partimos de Belo Horizonte com destino à Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro. Viagem tranquila, clima bom.
IMG_20160319_175738Ao cair da tarde estávamos na serra de Teresópolis, uma atração à parte!!! Que cenário! O clima muda radicalmente. A estrada sinuosa revela à cada curva paredões rochosos tímidos, que se escondem atrás de nuvens, quedas d’água, pássaros e uma vegetação que assume a responsabilidade de purificar o ar daquelas montanhas, além de concedê-las uma identidade olfativa única e marcante!

Mesmo parando no mirante e reduzindo a velocidade para que aquele momento durasse mais, quando percebemos, já estávamos no pé da serra, adentrando a cidade. Lugar pacato, mas cheio de turistas. Fomos para a Vila St. Gallen, pub da cervejaria Teresópolis. As cervejas cruas são diferenciadas. Notamos isso ao tomar a Gold, nossa velha conhecida engarrafada que tomamos em BH. Destaque para a Jade, uma IPA de responsabilidade. Lá conhecemos o casal Rodrigo e Vanessa, do Rio de Janeiro. Pessoas bacanas que embarcaram conosco em horas de conversa sobre a vida, o universo e tudo mais (42).

IMG_20160321_100458No dia seguinte pegamos estrada rumo à Paraty. Durante o percurso, enquanto nos aproximávamos de Mangaratiba, percebemos que haviam mais motos Custom na estrada que o normal. Alguns até andaram em formação conosco. No final da serra, percebemos que estava rolando um point. Fomos até lá e conhecemos o pessoal dos Amigos do Asfalto, Mangaratiba moto clube, e outros. A Adriana nos contou sobre a UMMA (União de Motociclistas de Mangaratiba). O pessoal gostou muito da nossa aventura, que estava apenas começando naquele momento. Proseamos um pouco, tiramos fotos com o pessoal e continuamos viagem. Mais um pouquinho de estrada e chegamos então à Paraty. Uma analogia rápida que podemos fazer é que a cidade é uma Outro Preto com praia. 🙂 Cidade plana, ruelas de pedras largas e irregulares. Imponente e aconchegante ao mesmo tempo. Fomos ao Brew Pub da cervejaria Caborê. O Símbolo da cerveja é a corujinha nativa da região, que dá o nome da cervejaria. Lá, degustamos os três únicos tipos disponíveis: Pilsen, Hefeweizen e Schwarzbier. A Pilsen é a melhor deles. É uma cerveja honesta, mas sem muita expressão.

No dia seguinte fomos em direção à Trindade. A estrada para lá é muito sinuosa e com muitos aclives/declives. Exige muito dos freios, do motor e da perícia do piloto, mas nada muito sério não. O único problema é que o asfalto é interrompido por um córrego, já na beira da praia. Muitas pedras irregulares e desnível considerável. Nossas motos, que são muito baixas não passariam. Apreciamos um pouco a praia do Cepilho e decidimos descer um pouco mais pelo litoral e ir até Itamambuca, praia que pertence ao litoral de São Paulo.

Olha como são as coisas, os deuses cervejeiros, que já nos acompanhavam desde o início da aventura, intercederam por nós e acabamos conhecedo a cerveja artesanal Muitas Canoas, de Itamambuca. Isso não tinha sido planejado. Cerveja muito boa. Destaque para a Rua23, estilo APA e a Venenosa, estilo IPA, que é sensacional! A Bola 8, uma Stout, também tem seu lugar. Quanto à praia, é muito tranquila e boa pra banho, ainda mais tomando uma cerveja artesanal de qualidade!! É disso que estou falando!

Bom, vamos continuar! De Itamambuca decidimos ir direto pra Curitiba. Passamos mais de 10hs na estrada por causa de acidentes, obras, engarrafamentos, caminhões de carga, etc. etc. Chegamos por volta de 21:00hs na cidade. De lá já fomos pro Hop’n’Roll, um brew pub famoso! As cervejas nos decepcionaram um pouco. A Pamela blond por exemplo, é uma Blond Ale fraca e um pouco aguada. Já a Staff Sour custou a descer. Mas valeu pelo hamburguer sensacional que comi lá! 🙂

Dormiríamos duas noites em Curitiba. Na segunda noite, fomos ao PUB Cervejaria Masmorra. Convidamos um amigo, o Paulo Mauler, que está morando por lá e fomos experimentar mais cervejas curitibanas naquela noite chuvosa. Agora sim! Podemos ver que o curitibano sabe fazer cerveja boa também. Gostei muito da Coffee IPA da Insana. Bom amargor e cremosidade. Outra bacana também, que vale a pena mencionar é a Grand Cru da DUM, uma Witbier muito boa. Depois de algumas cervejas e um bom papo, acabamos indo para outro lugar, onde encontramos alguns amigos do Paulo. Passamos o resto da noite conversando e ouvindo metal. Pessoal super gente fina! Claro, metaleiros né! 🙂 Não sei se você percebeu, mas os deuses cervejeiros estavam intercedendo por nós mais uma vez nessa noite. As amigas do Paulo, Lizzie e Laura nos indicaram ir à Urubici, assim que mencionamos que iríamos passar pela Serra do Rio do Rastro! Isso mesmo! Mas calma lá que já falo sobre essa experiência que todo motociclista deveria ter. E já falo de Urubici também, pois tem outras coisas pra falar antes disso. :). Essa dica valiosa deixou nossa viagem mais foda ainda! Valeu!

A noite se foi e no dia seguinte continuamos nosso caminho de Curitiba rumo a Joinville, em Santa Catarina. Pegamos muita chuva na estrada, além de ser feriado da semana santa. As estradas estavam cheias. Falando em estradas de SC, fica aqui uma reclamação: as estradas estaduais de Santa Catarina por onde passamos são horríveis. Conseguem ser piores que as de Minas Gerais. Passamos alguns apertos por causa de buracos na pista (vários em curvas), desníveis grotescos e quilômetros de pistas simples completamente engarrafadas. #prontofalei

Bom, chega de choro. Chegamos em Joinville e ficamos um pouco perdidos, pois a cidade tem diversas entradas saindo da BR. Resolvemos entrar na que direcionava ao centro e paramos pra buscar informações. Quando olhamos pra trás, o que vimos? O bar da Opa Bier!!! Ah, deuses cervejeiros! Hail para vocês.

Ainda chovia levemente, mas o suficiente para incomodar. Paramos no bar por algumas horas e degustamos o pão líquido da Opa. A porter deles é muito boa, por sinal. Mais tarde decidimos chegar até Blumenau. Aí sim! É o paraíso do cervejeiro.

Lá, ficamos em um hotel próximo à Vila Germânica. Dentro da vila fomos ao Bier Vila, um pub excelente e com muitas opções de cervejas cruas. Experimentamos todas da Blumenau. A Capivara Little Ipa é excelente! No dia seguinte voltamos lá e terminamos o “processo de avaliação”. Mais tarde fomos ao English Basement PUB, que foi criado pelos donos da Eisenbahn. Lugar muito foda. Estava rolando uma banda cover de clássicos do rock’n’roll. O vocalista é mineiro e ficou proseando conosco depois do show. A Eisenbahn on tap é ainda mais gostosa! Não gosto de cerveja de trigo, mas me escorre uma lágrima (de alegria) com a Weizenbock deles! :’) Nesse bar, conhecemos o casal Júlio e Simone! Pessoas super simpáticas. Ela mineira e ele Catarinense. Passamos o resto da noite conversando e saboreando as cervas de Blumenau. Eles deixaram em nosso hotel uma garrafa do licor de cerveja da Eisenbahn! Gelado é bom p@car@1! Valeu amigos!

Chovia em Blumenau há vários dias! Durante a noite não foi diferente. Isso nos preocupava, pois pegaríamos estrada no dia seguinte. Mas!!!!! Como fizemos muitas oferendas aos deuses cervejeiros no dia anterior, adivinha!? Sol! 🙂 Muito Sol! Tanto Sol, que acho que passamos da conta nas oferendas hahaha :p

Capítulo 2 – O paraíso rural

Beleza, mais estrada. Voltemos à Urubici. Um lugar incrível. Uma cidadezinha de Santa Catarina repleta de lugares para eco turismo e turismo rural. Ficamos hospedados na pousada rural Pica Pau. Pegamos um quarto na casa da filha da Edna, a dona da pousada. Lá eles produzem maçãs!IMG_20160327_094105 Existe uma macieira gigante no fundo da propriedade deles. Na manhã seguinte o marido da Edna nos levou de trator pra conhecer a macieira e colher maçãs direto do pé! Muito massa. Esse lugar foi uma espécie de oásis para recuperarmos as energias e continuar a viagem!

Em Urubici ainda fomos ao morro da igreja, um dos pontos turísticos da cidade. Uma reserva militar que dá acesso ao ponto mais alto da região chamado Morro da igreja, cuja altitude é de 1822 metros. Ali foi registrada a temperatura mais baixa do país: -17.8. A Pedra furada tem ~10mts de diâmetro e a altura do furo é de 5 metros. Uma vista sensacional!

Descemos o morro e pegamos a estrada para (finalmente) a Serra do Rio do Rastro (Ohhhhhh). Em uma hora e pouco chegamos ao início de uma das estradas mais impressionantes que já vi. Todo motociclista deveria ir lá um dia! Já no mirante dá pra ter uma idéia da grandiosidade que a natureza criou e o homem trabalhou. A cada curva, uma queda d’água, que joga ali mesmo na pista o “fruto do seu trabalho”, nos dá o recado:

– Ok, humano. Eu te deixo passar aqui. Mas não me desrespeite, pois eu posso despejar minha ira em você.

– Sim senhora e desculpe qualquer coisa! Só estou de passagem mesmo, mas vou devagarzinho, que é pra eu conseguir entender melhor o que está acontecendo nesse momento!

– Hohohoh está bem, meu filho! Pode continuar sua jornada, pois você é do bem!

E assim passamos por cada uma daquelas curvas incríveis e demos continuidade à viagem, seguindo para Porto Alegre. Chegamos na cidade por volta das 21:30hs… filas e filas de engarrafamento nos últimos 70kms de estrada. Era Domingo e os gaúchos estavam voltando do feriado da semana santa. Corredor aqui e alí, manobra de motoboy acolá e pá, chegamos…. cansados pra caçarola (por menos palavrões nesse mundo, sqn). Já entramos em contato com o Hugo, amigo nosso que mora por lá e nos encontramos no Dirty Old Man. Um pub bacana, podrão, com um sanduba foda e boas cervas. Tomamos a Beta Blond e a Harold McFrogg. Ambas da Bardos. Boas por sinal. O Bar fechou cedo e fomos embora.

No dia seguinte acordamos cedo pra levar as motos para trocar óleo. A Boulevard do VK já estava próxima ao limite, a minha Midnight aguentava mais uns 2000kms, mas optei por trocar também, pois iniciaríamos a jornada internacional da viagem e nunca se sabe né. Mais tarde fomos ao brew pub Malvadeza. Chegamos na porta e… Fechado!! NÃO!!! Era segunda-feira, e vimos que não ia ter jeito… quando de repente, os deuses cervejeiros cutucam o Márcio, o dono do bar, que estava trabalhando lá dentro o dia todo pra ir pra casa. Nos encontramos na porta do bar. Ele nos explicou que os bares não abrem na segunda, pois é o dia de descanso deles. Ele nos indicou, entretanto, o Lagom, um dos únicos redutos de cervejas artesanais abertos na cidade, no dia. O Lagom é um clube. Você entra quando convidado. Já tínhamos nos despedido do Márcio, quando ele grita lá de longe:

– Peraí! O trânsito está muito ruim pra eu ir pra casa agora. Vou lá com vocês tomar uma e lhes dou uma carona

Hahaha Ah esses deuses cervejeiros! 🙂

Na segunda, eles funcionam sem garçom e todas as cervejas e comidas a preço de custo, praticamente. Basta ir no balcão ou na cozinha pedir sua cerva ou rango. Tudo muito bom e barato! Tomamos Bohemian Pilsner, Red Ale e a Leife Imperial IPA. Todas excelentes. O Hugo apareceu lá mais tarde. Ficamos mais um pouco e depois partimos para o Armazém Porto Alegre, um pub localizado num ponto turístico da cidade, em cima do viaduto Otávio Rocha. Lá tomamos a Roleta Russa IPA – Revolução das formigas, da cervejaria Imigração. Depois a Cacau Stout, da Baita Bier. Recomendo! A noite acabou… nos despedimos do Hugo e seguimos nosso caminho.

Juntamos nossas coisas e dá-lhe estrada, rumo ao Chuí. Passamos praticamente o dia rodando. As estradas vão se tornando retas intermináveis. Para você ter uma idéia, a última reta, chegando ao Chuí, tem 200kms! Neste trecho, são poucos postos de gasolina. O primeiro veio apenas depois de 60KMs, ou seja, como dalí pra baixo, até na Argentina, as estradas são retas gigantes, é muito importante fazer a gestão dos recursos energéticos das motocicletas. Principalmente nas zonas rurais, onde os postos são mais distantes ainda. Essa reta, que nos levou ao Chuí, corta uma reserva ecológica muito bonita, apesar de perigosa, pois animais cruzam a pista o tempo todo. Muitos pássaros dando rasantes. Mas é marcante o cheiro da mata daquela região.

Capítulo 3 – Chegada às terras “gringas”

Chuí nos decepcionou um pouco. Lembra a divisa com o Paraguai.

Logo na fronteira, chegamos à aduana Uruguaia.

– Encoste as motos alí e vão resolver a documentação, disse o agente da fronteira uruguaia.

Lá dentro, um agente brincalhão nos pediu os passaportes e, entre uma piadinha e outra, nos pediu os cartões de vacinação. Falou que era obrigatório por causa do Zica vírus. Não levamos os cartões, pois não é exigido para se entrar no Uruguai nem na Argentina. Além disso, não tem vacina contra o Zica. Ele nos chamou numa sala e já se preparou para pedir propina, pois insistia em dizer que sem os cartões não poderíamos entrar no país. Quando ele viu a câmera no capacete do VK, nos perguntou se estava gravando e depois mudou o discurso…

– Ok amigos, podem ir, mas vocês me devem um presente hein! hahaha

Presente no seu r@bicó, pilantra! 🙂 Será que foram os deuses cervejeiros que o fizeram temer a câmera? Hail!! \m/

Bom, apresentamos as cartas verdes lá fora e seguimos viagem até Punta del Diablo. Lá ficaríamos duas noites. Esse lugar foi recomendado por um amigo do VK, que tinha ido ao Uruguai há duas semanas atrás. Na minha opinião, não vale a pena… a infraestrutura é muito rudimentar e as praias não são tão legais assim. Achamos um restaurante bom para jantar, apesar de tudo, e tomamos a Volcanica, cerveja artesanal Uruguaia de Las Toscas. A Belgian Blond Ale deixa um pouco a desejar, já a Dubbel é razoável. No outro dia, perto da praia, foi a cerveja Patricia que aliviou o calor. De qualquer maneira foi bom passar duas noites lá pra descansar.

De lá partimos para Montevideu, mas parando na Laguna Garzón, em Punta del Este e Puta Balleja, três lugares incríveis que devem ser visitados. O acesso à Laguna é por estrada de terra. Mas são 30Kms de estrada batida em boas condições. Uma ponte novinha em folha conecta o trecho de estrada cortado pela lagoa. As praias de Punta del Este são sensacionais. Em Punta Ballena pode-se visitar a Casa del Pueblo, um lugar turístico construído em um penhasco de frente para o mar! Most impressive! As estradas melhoram assim que nos aproximamos de Montevideu. Tapetes de asfalto brilhante. Vias cintilantes que refletem o brilho do Sol. As motos agradecem o conforto para “seus pés”.

Em Montevideu, guardamos as motos e fomos procurar algo pra comer. Mais tarde, à noite, fomos à Mastra cervejaria. Que cerveja ruim…. Não salvou nada. Todas muito aguadas e muito carbonatadas. Sem sabor e de aspecto terrível. Partimos no dia seguinte pra Colônia del Sacramento. Aí sim! Lá fomos ao Brew Pub Barbot. Choveu o tempo todo e mais um pouco durante a noite. Mas a cerveja era boa pelo menos! Destaque para a Dublin, uma Double Stout! Nossa que cerveja foda, tomei uns 4 copos hahaha

Pra fechar a noite, passamos num Cassino e gastamos alguns pesos. Mas a sorte no jogo não estava ao nosso lado. Saímos por volta de umas 2 da manhã. Chovendo ainda, na porta do hotel, não havia porteiro e tudo trancado… que legal!! :/ Tocamos a campainha, batemos na porta, gritamos e nada… o jeito foi pular o muro, pegar nossa chave na recepção e ir dormir! 😀

Amanheceu, chuva ainda, pegamos o Buquebus, que nos levou até a Argentina. Uma hora no mar e tudo certo, Buenos Aires! Que diferença dos agentes 12932978_10209305997351032_6264680086336848176_naduaneiros. Sem pilantragem. De cara, pegamos uma lasanha no Broccolino, um restaurante italiano foda! Excelente comida. Rolê na cidade e à noite fomos ao Porto Pirata comer. Depois, no Pub Irlandês Kill Kenny. Ótimas cervejas artesanais, principalmente a Pale Ale e a Stout. Ficamos sabendo de um festival de metal que rolaria do outro lado da cidade. Era uma reunião de duas bandas fodas de Trash argentino: Metralla e Lethal, além de outras três bandas convidadas. Muito bom! \m/ Fechou essa noite com chave de ouro. No dia seguinte, comemos um bife chorizo sensacional e demos uma volta na cidade. O Sol apareceu nesse dia e ficamos animados, pois partiríamos rumo ao Brasil no outro dia. Amanheceu e?! Chuva… :/

Capítulo 4 – A tempestade na volta pra casa

A vida nas estradas é assim, bora! Conseguimos sair da cidade de boa, com pouca chuva. Quando estávamos há uns 150kms de Buenos Aires, o céu desabou… já estávamos na zona rural e não tinha muito o que fazer a não ser reduzir a velocidade e continuar. Foram mais de 6hs debaixo de uma tempestade. O asfalto não é tão bom quanto no Uruguai, mas rendeu, razoavelmente. Depois de algumas horas molhando, você já liga o foda-se e só foca em seu objetivo: chegar. A chuva deu uma trégua, quando estávamos a ~600kms de Buenos Aires. Vimos a nuvem gigante e tenebrosa sair de cima das nossas cabeças e ficar pra trás nessa história. O Sol, tímido, apareceu só pra avisar que já estava de partida. Já era tarde e não dava mais tempo de chegar próximo à fronteira com o Brasil. O jeito era achar algum lugar pra dormir. Rodamos até o Sol se por e entramos em um vilarejo cuja placa na estrada indicava posto de gasolina e hotel. Em pouco tempo descobrimos que ninguém aceitava cartão no vilarejo. O Hotel consumiu boa parte do nosso dinheiro em espécie. O que sobrou não era suficiente para pagar a gasolina para as duas motos, até chegar ao Brasil. Não dava pra gastar muito com comida também, apesar da fome apertar. Até tinha um caixa ATM no vilarejo, mas por causa da chuva, houve uma queda de luz e o sistema de segurança do caixa o bloqueou…. Comemos misto quente na janta e fomos dormir. Decidimos que tentaríamos sacar dinheiro em outra vila, há 45Kms dalí, chamada La Cruz. Gastamos o resto do dinheiro enchendo os tanques e partimos. Se não conseguíssemos sacar o dinheiro em La Cruz, acabou o plano de voltar pela Argentina e teríamos que cruzar a fronteira para o RS…. Mas os deuses cervejeiros intercederam mais uma vez e sim! Sacamos la plata e continuamos nossa viagem. Lições aprendidas deste último capítulo, amiguinhos:

  • Guarde todas as suas roupas em sacos plásticos, dentro do seu alforge. Tudo irá molhar, mas você terá roupas secas para continuar no dia seguinte.
  • No interior da Argentina ninguém aceita cartão. Tenha bastante dinheiro para abastecer, comer e pagar hotel, caso necessário.
  • As distâncias entre os postos no interior são muito grandes. Apareceu um, complete o tanque, pois possivelmente passará mais 100Kms sem posto, dependendo do lugar!

Com dinheiro nas mãos, aceleramos rumo à Cascavel. A estrada estava cheia de motociclistas. Teve um Moto GP na Argentina e a turma toda foi lá IMG_20160408_003808conferir. Mantendo uma média de 140Kms/h, atingimos nosso objetivo. Em Cascavel, conhecemos o Anderson, dono o Yard, um bar de cervejas artesanais. Camarada super gente fina. Ele não tinha nenhuma local crua, mas tinha engarrafada. Tomamos a Lumem e a Steam Punk, da Mithra, uma microcervejaria de um amigo dele. Ótimas cervejas! O Anderson fechou o bar e foi conosco para o Bartuga, um pub que tem as biqueiras da cerveja Providência. Experimentamos várias. Destaque para a Casca Hell, uma ESB e para a SucurIPA. Pra fechar, tomamos a Petroleum, da DUM. Para quem conhece a Petroleum da Walls, saiba que a Walls comprou o direito de usar o nome, mas as receitas são diferentes, apesar do estilo ser o mesmo. A da DUM é um pouco mais doce, mas melhor se comparada à da Walls, na minha opinião. Tão forte quanto. No Bartuga, conhecemos o Gabriel, dono da Providência. O bar fecharia por volta da 1 da matina, mas deixaram aberto por mais um tempo por nossa causa. Conversamos sobre cerveja e bebemos a noite toda. Pessoal super gente boa. O Gabriel falou para passarmos na fábrica no dia seguinte para pegar brindes. Dois kits de três garrafas: JararAPA, CascaHell e SucurIPA. Valeu Gabriel!!!

Saindo de Cascavel, fomos até Marília, no interior de São Paulo. A cidade não produz cerveja artesanal, mas fomos ao Doctor Beer, um pub com uma carta respeitável de cervejas artesanais. Tomamos a Hop Lover da Dogma, a Helles Bock e a IPA, da Cathedral, além da Xipa Gato, uma IPA da Xicona Bier. As da Cathedral são muito boas, por sinal. São feitas em Maringá.

Capítulo 5 – Foi bom enquanto durou

Agora, finalmente, nosso último destino antes de voltar pra casa: Ribeirão Preto. Terra da Invicta, Colorado, Walfänger, Weird Barrell e Pratinha. Fomos jantar e beber no Brew Pub do Pirata, o Weird Barrel. A Hard Tack é uma Golden Ale leve, boa pra começar. A Grand Brown é a melhor deles (pelo menos naquela noite). Uma Brow Ale. A Naughty Grog, a Black IPA deles, parece mais uma Stout. O Malte torrado é predominante no sabor. Já a Captain Klaus, a Hefe Weizen, é bem azeda e não tem uma boa “bebilidade”. O dia seguinte, véspera do nosso retorno, foi o dia da preguiça. IMG-20160414-WA0000Acordamos tarde… escrevi um pouco este post… até que resolvemos almoçar no pub da Invicta. Foi bem decepcionante. Primeiro não era um pub. Era um restaurante bem simples que servia até self-service no almoço. Eles tinham apenas três biqueiras: Pilsener, Boss (Imperial IPA) e a Velhas Virgens Fruit Beer. A Boss é muito boa, mas esperávamos encontrar a 1000IBU crua, só que não… comemos e fomos ao Bier Garten, no mercado novo. Lá realmente é um pub de verdade! Começamos com a Pratinha Caramuru, uma Vienna Lagger super cremosa e muito saborosa! Gostei muito da Conclave da Pratinha também. Uma Rauchbier deliciosa! Melhor que a da Bamberg (engarrafada)! As demais da Pratinha não me chamaram a atenção.Experimentamos a Extrema também, cerveja do próprio Bier Garten. É honesta, mas não surpreende. Agora o que mais me impressionou foi a Aphrodisiaque, da Dieu du Ciel. Uma American Stout que pra mim, foi a melhor cerveja que tomei nesta viagem! No Bier Garten conhecemos a Gabriela, dona no lugar e o Gustavo, um motociclista cervejeiro gente boníssima. A Gabriela nos deu um presente antes de irmos, claro tinha que ser uma cerveja 🙂  a Green Dream, uma IPA da Noturna, uma cervejaria de São Paulo. Valeu!

Saindo de lá, ainda passamos novamente no Weird Barrel, para experimentar as duas novas da SP-330, uma APA e uma IPA. Mas o que impressionou mesmo foi a Drunken Kraken, uma Imperial Stout que o Rafael nos apresentou em primeira mão. Produção deles mesmo. Uma Imperial Stout equilibrada, cremosa e com muita “personalidade”. Na minha opinião, a melhor nacional que degustei nessa viagem, um pouco atrás da Aphrodisiaque. Nesta mesma noite, conhecemos o Marcelo, ex-dono da Colorado. Viajamos em suas histórias. Pessoa super bacana. Ele enviou uma mensagem para a Flávia, da sua equipe lá na Colorado, pedindo para nos acompanhar na manhã seguinte em um tour. A Ambev comprou a Colorado e construiu uma fábrica maior. A produção vai passar de ~100K litros para ~750K litros por mês. Como eles estão de mudança, não tem mais visitação na fábrica antiga, mas ele insistiu que deveríamos visitá-la antes de ser desativada.

A Flávia nos recebeu super bem. Pessoa muito bacana também. Ela nosIMG_20160409_095640 explicou os processos atuais, desde a preparação do malte, brassagem/fervura, fermentação, maturação, envase, etc. Foi muito bom! No final ainda provamos a Appia fresquinha, tirada direta do maturador. Delícia! 🙂 Obrigado, Flávia! 🙂

Bom, é isso…. pegamos estrada rumo a BH e chegamos no meio da tarde em casa, com a sensação de missão cumprida. Que viagem foda!! Valeu cada segundo. Só temos a agradecer a todos que conhecemos nessa viagem, pelas dicas, pela hospitalidade, pelo tempo dedicado à nós. E que venha a próxima! \m/

Capítulo 6 – Dicas e comentários finais

Muita gente vai pensar: que loucura! Difícil fazer algo assim e tal. Bobagem. Antes de mais nada é preciso ter vontade, gostar de aventura, gostar de estrada e ter uma motivação a mais. No nosso caso, a motivação por conhecer cervejas artesanais formatou o roteiro da viagem, além de uma moto e um pouco de dinheiro, é claro. Cansa menos do que você pensa. E o prazer de se rodar em estradas boas como as do Uruguai, não tem descrição!

É preciso ter motos grandes como as nossas pra fazer uma viagem dessas? R: Não! Tem gente que faz viagens muito maiores com moto 100cc. Depende do seu preparo físico e sua força de vontade. Uma moto Custom para rodar em velocidade não muito exagerada e em asfalto é muito confortável. A Midnight é um sofá ambulante. As únicas dores que eu senti foram no pescoço, por causa do vento e nos ombros, por causa da mesma posição dos braços durante muito tempo. Mas nada exagerado. Um dia depois já estava curado. Estradas retas e descampadas como as do Uruguai e da Argentina têm muito vento lateral, o que reduz o conforto da viagem. É recomendável usar uma bolha para manter velocidades maiores e mais constantes.

A gasolina no Uruguai e Argentina é a Nafta. Gasolina pura! Azul (95) e verde (98). O Motor agradece aquele “refresco” de combustível. Gastamos aproximadamente 300litros de gasolina por moto, num total de ~R$1500,00 com combustível durante toda a viagem.

O combustível dos pilotos foi listado neste documento. Aqui você irá encontrar todas as cervejas degustadas nesta viagem, bem como suas notas. Foram consumidos aproximadamente 50Litros de cerveja.

Aproximadamente 6000 insetos foram mortos nessa viagem. Boa parte deles se tornaram parte integrante de nossos coletes. Peço perdão às famílias dos falecidos. De forma alguma era nossa intenção atropelá-los, mas a vida nas estradas é assim…

Ah! Antes que eu me esequeça, é importante levar ferramentas para resolver eventuais problemas na estrada. O peito de aço da minha moto quebrou quando bateu em um quebra-molas alto e tive que ajustá-lo para continuar a viagem. A proteção da correia partiu ao meio depois de uma pedrada. Silver tape segurou a onda por alguns dias, mas depois foi preciso retirá-la. Sem ferramentas, já era. Viaje com pouca coisa. Viaje leve e guarde o que não pode molhar em sacos plásticos. Essa dica é super valiosa!

Por fim, chame seus amigos, planeje sua viagem e vá! Saia do papel e execute seu plano na vida real!

A vida é curta e você vai se arrepender se não fizer isso!

É isso aí. Abraços e a gente se vê por aí.

Panela do Rock é Rock’n’Roll e motociclismo. É a vida nas estradas!

Video 1 – Trecho: Serra do Rio do Rastro/SC

Metraliator: 10 Anos de Vandalismo

No aniversário de comemoração de 10 anos do METRALIATOR, que rolou no dia 19/12/2015, quem recebeu o presente foram os bangers que compareceram ao evento, que ainda contou com a participação de poderosos representantes do Black/Thrash Metal da cena mineira: MARTÍRIO, BONECRUSHER e INCITER. Ah! E mais, o evento foi 0800, em uma “casa de shows” pouco usual que tem chamado à atenção dos belorizontinos mais true do metal, localizada ao lado do cemitério do Bonfim – Enquadros Molduraria. A Enquadros Molduraria é um local bem tranquilo e aconchegante ao toque underground e de fácil acesso, na região central de BH. O local tem seus pontos altos até no momento daquela mijada (rs)… Cerva com preço justo, tropeiro e macarrão pra curar a larica da galera. Na decoração, o quadro do Lemi deu o seu toque. Deixo apenas uma sugestão para os próximos eventos, um palco, mesmo que da altura de um degrau de escada, protegeria os equipamentos das bandas nos momentos de porradeiros generalizados.

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Começando com os shows, o INCITER da partida ao porradeiro. Mandaram benzaçõ! Mas neste momento a galera ainda estava chegando, portanto, os “moshes” ainda estavam bem modestos. Em seguida foi à vez do BONECRUSHER com seu Thrashão dos diabos. O quinteto fez um som destruidor, com riffs bem técnicos e agressivos e ainda com a batera incessante de Guilherme Cosse. Os “Guerreiros Bangers” mostraram pra quê vieram! Posteriormente foi a vez do MARTÍRIO presentear o público com seu som brutal e com a voz marcante de Clayton, que explora todo o seu potencial vocálico. Os Headbanger, neste momento já com sangue nos olhos, retribuíram a cortesia com moshes mega destruidores.

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Vinicius não havia nem esfriado a almofada do banco da batera com o MARTÍRIO e volta mais uma vez para regência das baquetas para o “grand finale”. Assim, toma frente o METRALIATOR. Trazendo toda “Força Bestial”, em sua proposta totalmente old school, que conduz a música para a total destruição numa velocidade brutal e desenfreada. Resultado: mais uma apresentação memorável e impecável. E para aumentar o fogo destruidor da “Máquina Satânica”, os quatro cavaleiros do apocalipse: Vinicius (Batera), Paulo (Guitarra), Mitchell (Vocal) e Mirin (Baixo); contaram com participações mais que especiais para provocar o vandalismo generalizado aos Headbangers, que em determinados momentos não se sabia onde era palco e onde era pista, formando uma fusão de 3 bandas: METRALIATOR/PUNHO DESTRUIDOR/MARTÍRIO e ainda contando com o apoio vocálico de Wanderson (Rock n’ Roll), tocando todos os clássicos dos seus 10 anos de história, pautada em muito compromisso, dedicação e profissionalismo.

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Hail ao Vandalismo! Hail ao Metal Underground Mineiro!

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For True – Extreme Metal Force

O dia: 12 de Setembro/2015. O local: Belo Horizonte. Muitos devem lembrar desta data pela Virada Cultura, com a presença de Sepultura, Eminence eFoto1 Metallica Cover Brasil, na Praça da Estação. Mas para mim não!

Vejam bem a vida de um banger! Acordei cedo pra comprar cortina com a sogra! Minha companheira, minha sogra e meu garoto (ainda em gestação) partimos nessa jornada. Depois de horas de indecisão (…) escolhemos duas e fomos almoçar…

Almoço reforçado, hora das garotas se dirigiram para casa junto com o menor de idade :), pois a noite prometia muitos hematomas \m/. Hell yeah!

Como tenho o “péssimo” hábito de chegar no horário marcado em todos
os eventos de Metal de Belo Horizonte, além de ser minha primeira vez no Azuz-In Rock Bar (Santa Terezinha), cheguei por volta de 16h. Mas só foram abrir os portões por volta de 19h. Ai, o jeito era explorar a região e procurar abrigo em algum boteco que oferecesse a cerva mais gelada da região.

Depois da cerva gelada voltei ao recinto e me deparei com uma cena inusitada, um cachorro guiando um cavalo. Acabei aprendendo depois… quando se visualiza esse tipo de sinal é um presságio dos deuses que o evento promete (rs)!

Mesmo com a abertura dos portões, próximo das 19h, os shows efetivamente começaram por volta das 22h. Mas nesse meio tempo, a moçada do submundo old-school do metal começou a aparecer (por sinal, só deu velha guarda). E como a espera ainda era grande, foi juntando uma grande roda de prosa entre o público e os músicos das bandas para relembrar eventos passados. Bandas que surgiram, bandas que se foram, causos vividos… Muitas das bandas falaram que passaram na MECA do Metal para se “abençoarem” antes de se dirigirem ao Azuz-In Rock (Cemitério do Bonfim). Esse dedinho de prosa prévio trouxe uma grande proximidade e sintonia, deixando o ambiente mais ainda com clima de irmandade.

Mas agora vamos falar de música… A primeira banda a se apresentar foi a estreante mineira CHAOS PROPHECY, em seu 1º Show, mandaram muito bem! A segunda apresentação ficou a cargo do TEMPESTILENCE, de Campinas, com seu Death Metal destruidor. Power trio liderado por Fabio Lupus (gente-finíssima). Na 3º apresentação, sobe ao palco os mineiros do MORTIFER RAGE, com seu Brutal Death e mais de 15 anos no corre, proporcionando hematomas por onde passam \m/. A próxima banda foi a principal apresentação da noite: os paulistas do QUEIRON, também Brutal Death. Banda destruidora que deixou os headbanger ensandecidos… Pude ouvir pelo menos 5 estalos de pescoços se partindo devido aos “banging”… Som de primeiríssima qualidade.

Em seguida sobre ao palco os paranaenses do HOLDER, também power-brutal-death-trio, com: Barba, Nene e Gilsão. Fizeram um show pra ninguém botar defeito (utilizando o jargão com propriedade). Show massacrante. Show ducaralho. E para fechar a noite, vieram lá dos pampas gaúchos o MOVARBRU. Black Metal dus inferno. Fizeram um show (Bah!) brutal e destruidor (TRI LEGAL!).

Os organizadores estão de parabéns em reunir tanta banda foda. O ambiente do Azuz-In Rock também ajuda dar um toque de underground ao cenário. Foi de longe umdos melhores festivais do ano.

Até a próxima!

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Tropa Metal Headbanger 2015 – 5 Anos

     O aniversário de 5 anos do Tropa Metal, que ocorreu no dia 25 de julho de 2015 no Bar do Brinquedo em Contagem, contou com a participação de 7 bandas. O objetivo do evento foi combinar o mundo dos clubes de motociclismo com o dos headbanger underground, já que estes dois universos têm muita coisa em comum.01

O evento reuniu uma grande legião de seguidores, de todas as idades. Apesar de toda a “agressividade” da proposta, o evento foi bastante familiar. Pode-se ver várias crianças curtindo o evento juntamente com seus pais.  Logo, o que nos restou foi apreciar o bom e velho metal, tendo em punho aquela cerva gelada. Para os admiradores das duas rodas, não faltaram exemplares. Boa parte da rua foi tomada pelo reflexo do metal cromado. Falando em metal: Metal e motociclismo, combinação perfeita para arrastar a Panela do Rock/Bikers Division, que montou seu “refúgio” ao lado da barraquinha da Sol… Resultado! Sabadão DUCA.

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Musicalmente falando, o palco estava montado na frente do bar, virado para a rua em uma tenda ao mais clássico estilo underground. Os shows iniciaram com a banda mineira de Speed/Heavy Catástrofe, que fez o deve de casa. Posteriormente, mantendo o gênero, quem assumiu o palco foram os paulistas da Harpago, que também mandaram muito bem.

Agora, particularmente, as duas atrações que mais estava esperando… Sobe ao palco o Metraliator que com seu Black/Thrash Metal fez um show impecável e destruidor, seguido do Sagrado Inferno. A banda Sagrado Inferno foi  fundada em 1983 e foi a primeira banda a fincar a bandeira mineira no cenário do metal (infelizmente, por motivos particulares, acabou entrando em estado de hibernação). Sagrado Inferno, em seu regresso totalmente reestruturado, contou com a presença do seu fundador Marquinho,
acompanhado de seus dois filhos. Eles mandaram muito bem!! Mantiveram em seu repertório grandes clássicos oitentistas como: “Vida Macabra”… 

É fato que Metraliator e Sagrado Inferno foram os grandes destaques do dia! Arrebentaram geral! \m/

Em seguida sobe ao palco mais um peso mineiro de Heavy Metal, bem conhecido no cenário de BH: o Witchcross. Também com longos anos de estrada e sempre com seu visual extravagante, mas com os dedos ferozes e gogó afinado.

Infelizmente tive que abandonar o evento antes da apresentação do Antroforce e Vingança
Suprema, ambas as bandas paulistas na linha do Thrash.Isto porque dependo de transporte público eu tive que correr senão não chegava em casa…

Parabenizo os organizadores bem estruturado evento, que contou com tanta banda foda. Encerro essa “transmissão” na expectativa do próximo Tropa Metal Headbanger.

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Exhale the Sound 2015

Poster_ExhaleO Exhale The Sound (ETS) é sem dúvida um dos festivais underground mais fodas do país. A sua terceira edição aconteceu no final de semana dos dias 06 e 07 de novembro de 2015. Cinco bandas tocaram na sexta-feira, na Casa do Jornalista e mais catorze bandas no Sábado, no espaço Nook (lááá no fim do mundo).

Fez muuito calor na noite de sexta-feira. A área do palco na Casa do Jornalista é muito abafada. Foi muito difícil ficar próximo ao palco por muito tempo. O jeito era ir pro lado de fora, respirar um pouco, refrigerar e conferir a exposição de zines, vinis, desenhos, pinturas, etc.

A banda que mais me chamou a atenção no primeiro dia do evento foi a Mácula, da Bahia. Os caras destruíram tudo com um som brutal e viajado ao mesmo tempo!! Muito foda! Vale a pena conferir!

No Sábado a história foi diferente. O espaço Nook, apesar de longe do centro da cidade, é um sítio. Perfeito! Lugar muito foda pra se fazer um festival. Muita grama, árvores, sombra, piscina, etc. e tudo ao ar livre, o que foi o mais legal na minha opinião!

Foram montados dois palcos. Enquanto rolava som em um deles a próxima banda se preparava para entrar em ação no outro. O público não foi prejudicado, pois os shows não aconteciam simultaneamente. Terminava um, bastava caminhar até o outro palco e a festa continuava.

A maioria das bandas que tocou era de metal extremo. Muito Death, Grind & Black. Mas a brutalidade às vezes dava espaço para um post rock de qualidade.

Curti muito os shows de Sábado. Os destaques do dia, IMHO, vão para:

  1. Besta: Os portugueses (Lisboa) destruíram com um showzaço fudido! Grind foda e massacrante.
  2. Offal: Death Metal de Curitiba. Podre, brutal e ducaralho!
  3. Death by Starvation: Black Metal destruidor, apesar de ser apenas uma banda projeto, detonou! Fechou em alto estilo com um cover de Mayhem!
  4. Social Chaos: Banda podre de metalpunk de sampa. Showzaço! Muito mosh!
  5. E a Terra nunca me pareceu tão distante: Apesar de não ser o estilo que curto (post rock), os paulistas mandaram muito bem em sua performance ao vivo. Psicodélica, viajada, moderna.

Para completar, cerveja a preço justo. Muito bem organizado. Estacionamento amplo. Tudo certo! Agora o que nos resta é aguardar a próxima edição deste evento fodaço!

Confira algumas fotos do evento no álbum da Dayane.

Valeu!

JP

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Refúgio Macabro Metal Fest – Ato II (Corpus Vermis)

tmp_11424-11754660_956413101067289_7525387678586793680_o423388408O que você acha de curtir quase 24h seguidas de metal extremo, no mais típico cenário underground, com venda de materiais das bandas como: CDs, vinis, camisas e até mesmo nossa imortal fita K7? Ah! Isso tudo regado à cerva por R$5,00, caldo de feijão e arroz carreteiro!!!
Pois é! Esse foi o REFÚGIO MACABRO Ato II, que aconteceu no dia 11/07/2015 em BH e contou com nada mais nada menos que 19 bandas de estilos diferentes, vindas de tudo quanto é canto do país:

 

IMPURITY – MG
VULTOS VOCIFEROS – DF
EMINENT SHADOW – DF
VELHO – RJ
DENIED REDEMPTION – DF
SANGRENA – SP
NECROBIOTIC – MG
R.C.E. – BA
DEATHRAISER – MG
DEVOURING – BA
METRALIATOR – MG
DEATH SLAM – DF
ENDLESS BRUTALITY – RN
PRECEPTOR – MG
ORGIA NUCLEAR – ES
IN APOSTASIA – MG
MATA BORRÃO – MG
MORTIFER RAGE – MG
ODALHEIN – RN

 

Perceberam a responsa em falar de um festival como este e da dificuldade em descrever tudo que foi visto e ouvido neste dia, né? Mas vamos lá.

Começando pelo nome: Refúgio Macabro, que define exatamente a Spasso Escola de Circoinsanidade e o objetivo desse festival, que juntou uma quantidade considerável de headbangers de todas as gerações em sua segunda edição. O local escolhido também atendeu como uma luva ao clima soturno do festival, onde, do lado de fora você se depara com a “realidade brasileira”: moradores de rua, catadores de lixo e marginalizados. Do lado de dentro, um toque de circo dos horrores, cujo picadeiro foi o palco de críticas sociais/políticas e contra idéias de dominação em massa, retratadas nas letras das músicas.

 

Éramos três da panela (Samir, Viking e Filipe), interessados em ouvir o que tinha de mais pesado, fétido, obsceno e impuro no mundo do metal e, para isso, contamos com o apoio das bandas que estavam suando sangue e tocando como se suas vidas dependessem daquele momento. Resultado: o melhor do underground para um público insano. Público este que parecia um bando de possuídos por hordas espirituais, marchando para a batalha do apocalipse. Todos dispostos a fazer história neste dia, mesmo sem querer.

 

Apesar das trocas de bandas no palco terem ocorrido relativamente rápido, em alguns pontos, ocorreram falhas na regulagem do som, comprometendo boa parte dos shows. Contudo, isso não diminuiu o mérito dos organizadores do evento. Apesar da grande diversidade de estilos, tanto as bandas quanto o público respeitaram uns aos outros, focando suas energias no que realmente importava: a música. Prova de que a união headbanger existe e que cresce a cada dia, principalmente no cenário underground. Internamente, o espaço era bem amplo e apresentou uma boa acústica, sem falar na arquibancada ao lado do palco para aliviar os pés cansados das gerações 70 e 80 (como nós), que também marcou presença.

 

tmp_11424-1520649_956412951067304_2222341267240557538_n1243218106Quanto à performance das bandas que presenciamos, todas tiveram um desempenho notável, mas destaco algumas participações como: Devouring, Velho (e seus fãs mega empolgados), Metraliator, Denied Redemption, Necrobiotic… e pra finalizar nossa participação, atingindo o cume (ou a ponta do chifre do capiroto): Impurity! Eis nosso deadline 🙁 Após a apresentação do Impurity, fomos embora. A quantidade de bandas é sim um ponto positivo. Porém, trintões (como nós) já sentem o peso dos muitos natais vividos. Com muito pesar deixamos de ver 8 bandas, uma vez que passar quase 24hs direto de shows pesa muito, o cansaço bate e o jeito é ir embora pra casa.

 

Na minha opinião seria bem melhor se o festival tivesse sido dividido em dois dias, ou até mesmo começar mais cedo (ainda pela manhã), para que as bandas que se apresentaram mais ao final do evento não ficassem tão prejudicadas. Seja pelo público que vai minguando, seja pela exaustão que vai tomando conta dos bangers mais selvagens. Fica aí a sugestão para a próxima edição.

Por aqui encerro. Já na expectativa de um vindouro ato III e que possa arrastar mais e mais amigos bangers que valorizam o mais puro e extremo metal. Coisa que só o cenário underground tem para oferecer.

 

“Metal is the Law”

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Roça ‘n’ Roll 2015

Pelo terceiro ano consecutivo a Panela do Rock marcou presença nesse, que é um dos maiores eventos de Rock/Metal do Brasil. O Roça ‘n’ Roll completou 17 edições e aumenta a cada ano sua expressão e reconhecimento no cenário nacional. Depois de Grave Digger e Rotting Christ, esse ano foi a vez do Pain of Salvation…. IMHO, a vez era realmente dos caras do Vader, mas eles cancelaram o show e deixaram muitos fãs na mão… mas enfim… Bola pra frente…

Mais de 20 membros da Panela partiram de BH rumo à Terra do ET, Varginha, ao sul de Minas. São aproximadamente 300kms de estrada que passam de forma muito prazerosa junto com os amigos. Com o setlist preparado em cada um dos 5 carros, além do Jairão da Bikers Division em sua Dyna, pegamos a estrada.

O festival, que é realizado na fazenda Estrela (localizada a uns 40mins do centro de Varginha), acontece sempre no Sábado, mas na sexta existe um “esquenta”. Esse ano foram shows de bandas cover em um canto na cidade. Ano passado fomos à esse esquenta. Foi uma decepção, pois as bandas eram muito ruins, então o jeito foi beber. Esse ano decidimos que não iríamos ao esquenta. Ao invés disso, tivemos a idéia de nos reunir em uma praça no centro da cidade e fazer um churrasco. Isso mesmo! Churrasco na praça! Não podia ter sido melhor!

ChurrasNaPraca

Depois de escolher cuidadosamente um canto na praça, acendemos a churrasqueira e aí, amigo, só festa. Mendigos, “donos da rua” e moradores da cidade foram lá conhecer aquele bando de malucos de preto fazendo festa na cidade deles. Fomos a atração! As pessoas entenderam que não éramos baderneiros e entraram na bagunça, tirando fotos conosco, nos dando parabéns pela iniciativa, etc. etc. e pumba! No final, guardamos tudo, limpamos tudo e deixamos aquele canto da praça do jeito que encontramos. Ano que vem com certeza terá um segundo round. Varginha, Obrigado!

No dia seguinte, sabadão, foi só ter “o trabalho” de acordar, tomar café, dar um rolê na cidade, almoçar e ir p/ praça do ET pegar o busão (que sai de hora em hora e custa R$2,60) do evento. +/-40 mins de estrada de terra e voila! Chegamos à fazenda. Sol e Diney, amigos nossos, foram de carro e levaram todo o aparato para continuarmos o churrasco. Armamos a tenda e dá-lhe maminha! 🙂

PanelaCampRoca

Bom, chega de farra do lado de fora e bora pra dentro curtir os shows! Falando nisso, esse ano eu confesso que não estava tão empolgado com os shows como nos últimos anos. A banda que eu queria ver cancelou e a atração principal era de Metal Prog. Um estilo que não sou muito fã. Apesar de tudo, reconheço que Pain Of Salvation fez um showzaço e seus fãs piraram com a performance dos caras. Das bandas que assisti uma me impressionou muito, a banda Fafnir! Eles tocaram na tenda, espaço reservado na entrada do festival, para bandas menores. Mas de pequeno nada tinha o som deles. Metal pagão, com muitas influências de Folk metal, mas ao vivo Death e Black metal pesou muito a pegada dos caras. Showzaço! Na minha opinião o melhor. Tuatha de Danann e Cálix fizeram o show padrão deles. Floresta e duende não é minha vibe, logo a única coisa que posso dizer a respeito do show deles é que o som estava com boa qualidade. Perdi Necrobiotic… Death podre de Minas… mas não tem problema, em julho tem Refúgio Macabro em BH e já estou com o ingresso! 🙂

Mais tarde o Mork tentou tocar, mas o som estava um lixo e não tinha um maldido técnico de som e/ou membro da produção pra ajudar a resolver o problema, resultado? Os caras foram vaiados e abandonaram o palco… uma pena, pois esses caras de Brasília fazem um Black/Death de primeira qualidade… Depois, Krisiun! Krisiun é Krisiun! Krisiun é um trio brutal foda que sempre detona. Krisiun é do Sul e Krisiun não decepciona! Mas Krisiun não substitui Vader, poha… 🙁 Mas ok. Krisiun é… como eu disse… Krisiun é Krisiun e foda-se! Vi outros shows no palco principal, mas o que me chamou a atenção foi isso!

Em linhas gerais o festival foi bem mais fraco que os anos anteriores… acredito que o cancelamento do Vader contribuiu muito para isso. O público estava fraco se comparado com os anos anteriores, mas festival é assim mesmo. Nem sempre sai como planejamos. De qualquer maneira, ainda é um festival de peso e se eu estiver vivo ano que vem, com certeza irei!

Abraços e até a próxima aventura!

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Hellfest 2014

Pra quem DSCN8820não conhece, Hellfest é um festival de metal que existe desde 2006 e atualmente é um evento de 3 dias que acontece em uma cidadezinha chamada Clisson, no interior da França. A edição de 2014, que aconteceu nos dias 20-22 de junho, teve muita banda foda! Principalmente nos palcos “The Altar” e “The Temple”, com muito metal extremo. O main stage (1 & 2) foi privilegiado com os Medalhões: Black Sabbath, Iron Maiden, Rob Zombie, Sepultura, Slayer, Toxic Holocaust, Behemoth, Annihilator, Hatebreed, and so on… Ou seja, uma seleção muito ducaralho!!!!

Dois amigos nossos da Panela do Rock, Fafá e Vanvan, já tinham ido nos dois anos anteriores e foram justamente eles que nos convenceram a fazer essa jornada rumo à Europa, em busca de uma das experiências mais fodas que um headbanger pode ter! Valeu muito a pena! Foi o melhor investimento que uma pessoa que curte metal pode fazer. Uma viagem foda, com amigos fodas, muito metal e cerveja, claro! 🙂

Nos anos anteriores nossos amigos ficaram na área de camping e, segundo eles, foi uma experiência massa, mas dava pra ter um pouco mais de conforto. Em 2013 eles conheceram uma pessoa que se tornaria um grande amigo nosso, o Felipe. Naquele ano, o cara partiu de São Paulo sozinho para o festival… acabou conhecendo Fafá e Vanvan, por intermédio da funcionária que trabalhava no trem. Os deuses do metal atuaram pesado nesse episódio, não acham? 🙂

Em 2014 mais pessoas da Panela integraram o grupo, inclusive eu (japa). Éramos oito pessoas dessa vez. Ah! Lembra do lance do conforto? Pois bem, eles DSCN8781sugeriram alugarmos motorhomes! Isso mesmo. Com camas, cozinha com fogão e frigobar, banheiro com chuveiro, aquecimento interno e da água, etc. – agora você, vacilão, que adora julgar os outros e está pensando nesse momento: que bando de playboys, metaleiro de verdade vai pra dormir no relento, comer lixo, beber cachaça de “doisreau”, só tenho uma coisa a dizer: FODA-SE, você não passa de um babaca! Pois uma coisa nada tem a ver com a outra. Curtimos os mesmos shows que a galera que acampou, gastando um pouco mais e de forma muito mais confortável. Tínhamos a grana pra ficar assim, ficamos e pronto. (fim) – Ou seja, conforto pra descansar o corpo e direcionar as energias apenas para o festival. Alugamos dois motorhomes, para quatro pessoas cada, em Paris. Cruzamos o país (~400km) rumo à Clisson. Oito brasileiros em época de copa do mundo, viajando pelas estradas francesas em busca de metal!!! Fuck yeah! Todos os gringos nos perguntavam: “Mas e a Copa!! Vocês são brasileiros!! Isso não faz sentido!!”. Nossa resposta em pensamento era: Foda-se a copa! Mas dizíamos para eles: Pois é, preferimos estar aqui pra curtir metal! 🙂

Bom, eu dirigi um Motorhome e o Felipe o outro. As estradas francesas são muito boas! Tivemos apenas uma surpresa desagradável: dois pedágios de ~40,00 na ida e ~35,00 na volta, por veículo. Mas olha só, existem paradas ao longo da estrada com banheiro, estacionamento para caso queira descansar, dormir um pouco, etc. (claro que utilizamos esse recurso). Coisa de primeiro mundo.

Na entrada de Clisson, enfrentamos uma fila razoável de carros. Um engarrafamento relativamente leve, que nos tomou uns 30mins até chegarmos na área de estacionamento. Pouco tempo depois de estacionarmos, vimos uma comunidade de motorhomes se formar próximo ao nosso. A ~1.5km do estacionamento tem um supermercado muito bom, que garantiu nosso estoque de cerveja durante todo o tempo que estivemos lá. No motorhome, o frigobar gelava nosso café da manhã, o pão líquido!

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A área do festival ficava a 20mins de caminhada do estacionamento. Na noite de quinta-feira teve uma prévia do festival. O espaço dos palcos estava fechado, mas diversas bandas tocaram em um palco menor, próximo ao bar. Estava lotado e complicado de pegar bebidas. Mas mesmo assim deu pra entrar no clima do festival.

No dia seguinte as bandas começavam a tocar no fim da manhã. Nossa rotina se repetiu pelos três dias seguintes: acordávamos, tomávamos uma cerveja pra acordar e dar aquele “oi” pra vida. Comíamos alguma coisa e partíamos pro Hellfest. Voltávamos depois do último show, que sempre terminava próximo de 2 da matina.

Durante o dia era um calor infernal! E o lugar era todo em terra. Quando o mosh começava, virava um poeirão brutal, parecia rally em estrada de terra. 🙂

Fiquei quase o tempo todo nas tendas de metal extremo e nos palcos principais. O melhor show que vi nos outros palcos foi o do Misfits (pra variar um pouco). Os shows mais marcantes na minha opinião foram Behemoth, Rob Zombie, Toxic Holocaust, Sólstafir, Annihilator, Hatebreed (com um mosh mega brutal, como sempre) e Soilwork. Iron, pra não variar, fez um showzaço. Os caras são muito fodas. O Black Sabbath desapontou um pouco, Ozzy não estava inspirado e quem viu o show deles na Esplanada do Mineirão, em BH, viu um show muito melhor.

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Bom, não vou entrar nos detalhes dos shows, pois cada um curte uma banda diferente e cada um vê o show de sua banda preferida com “outros olhos”, mas eu posso afirmar que é preciso ir em pelo menos um festival como esse na vida. Vale cada centavo gasto e tudo é festa! “É o carnaval dos metaleiros!”

No último dia, após o encerramento do festival, voltamos para o estacionamento e já pegamos estrada, rumo à Paris. Nossa idéia era evitar o trânsito de saída da cidade. Fomos até uma parada na beira da rodovia, estacionamos e dormimos por lá algumas horas. Partimos após o Sol nascer. Devolvemos os motorhomes e continuamos nossa viagem, com o sentimento de missão cumprida!

Valeu galera! E até a próxima aventura!

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