Diario do Biker #9 – Rota cervejeira

Não fazem seis meses que o Viking e eu, depois de nossa viagem de moto pela Estônia e Letônia (cujo post pode ser encontrado neste blog), decidimos que finalmente faríamos uma rota cervejeira pelos estados do sul e sudeste do Brasil, além de “dar um pulinho ali no Uruguai e na Argentina”. Pois bem, depois de um tempo pesquisando e lendo sobre o assunto, montamos a nossa rota. A idéia desta aventura era marcar algumas cidades que tinham bares/pubs que oferececem as cervejas artesanais cruas de cada região e passar uma ou duas noites nessas cidades para degustá-las. Sem muito compromisso com a rota em si, criamos um percurso macro, com as cidades que mais nos interessavam, já sabendo que conheceríamos pessoas pelo caminho, que nos indicariam outros destinos. Dessa maneira, a rota foi sendo finalizada durante a própria viagem. Ressalto que em momento algum pilotamos alcoolizados. E de forma alguma recomendamos isso a você. A estratégia que usamos em todas as cidades foi: a) ir até o pub desejado; b) procurar um hotel/pousada mais próximo; c) guardar as motos; d) curtir a noite; e) viajar seguro no dia seguinte.

Rodamos 6725Kms em 22 dias. Eu em minha Midnight Star da Yamaha e o Viking em sua Boulevard M800 da Suzuki. Experimentamos mais de 100 cervejas artesanais em 20 cidades diferentes, no Brasil, Uruguai e Argentina. Se prepare, pois o texto é longo, mas espero que você se divirta tanto quanto nós!

Abaixo, o mapa da rota completa, dividida em três partes.

Capítulo 1 – Descendo o Brasil

Pois bem, no Sábado, dia 19/03, partimos de Belo Horizonte com destino à Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro. Viagem tranquila, clima bom.
IMG_20160319_175738Ao cair da tarde estávamos na serra de Teresópolis, uma atração à parte!!! Que cenário! O clima muda radicalmente. A estrada sinuosa revela à cada curva paredões rochosos tímidos, que se escondem atrás de nuvens, quedas d’água, pássaros e uma vegetação que assume a responsabilidade de purificar o ar daquelas montanhas, além de concedê-las uma identidade olfativa única e marcante!

Mesmo parando no mirante e reduzindo a velocidade para que aquele momento durasse mais, quando percebemos, já estávamos no pé da serra, adentrando a cidade. Lugar pacato, mas cheio de turistas. Fomos para a Vila St. Gallen, pub da cervejaria Teresópolis. As cervejas cruas são diferenciadas. Notamos isso ao tomar a Gold, nossa velha conhecida engarrafada que tomamos em BH. Destaque para a Jade, uma IPA de responsabilidade. Lá conhecemos o casal Rodrigo e Vanessa, do Rio de Janeiro. Pessoas bacanas que embarcaram conosco em horas de conversa sobre a vida, o universo e tudo mais (42).

IMG_20160321_100458No dia seguinte pegamos estrada rumo à Paraty. Durante o percurso, enquanto nos aproximávamos de Mangaratiba, percebemos que haviam mais motos Custom na estrada que o normal. Alguns até andaram em formação conosco. No final da serra, percebemos que estava rolando um point. Fomos até lá e conhecemos o pessoal dos Amigos do Asfalto, Mangaratiba moto clube, e outros. A Adriana nos contou sobre a UMMA (União de Motociclistas de Mangaratiba). O pessoal gostou muito da nossa aventura, que estava apenas começando naquele momento. Proseamos um pouco, tiramos fotos com o pessoal e continuamos viagem. Mais um pouquinho de estrada e chegamos então à Paraty. Uma analogia rápida que podemos fazer é que a cidade é uma Outro Preto com praia. 🙂 Cidade plana, ruelas de pedras largas e irregulares. Imponente e aconchegante ao mesmo tempo. Fomos ao Brew Pub da cervejaria Caborê. O Símbolo da cerveja é a corujinha nativa da região, que dá o nome da cervejaria. Lá, degustamos os três únicos tipos disponíveis: Pilsen, Hefeweizen e Schwarzbier. A Pilsen é a melhor deles. É uma cerveja honesta, mas sem muita expressão.

No dia seguinte fomos em direção à Trindade. A estrada para lá é muito sinuosa e com muitos aclives/declives. Exige muito dos freios, do motor e da perícia do piloto, mas nada muito sério não. O único problema é que o asfalto é interrompido por um córrego, já na beira da praia. Muitas pedras irregulares e desnível considerável. Nossas motos, que são muito baixas não passariam. Apreciamos um pouco a praia do Cepilho e decidimos descer um pouco mais pelo litoral e ir até Itamambuca, praia que pertence ao litoral de São Paulo.

Olha como são as coisas, os deuses cervejeiros, que já nos acompanhavam desde o início da aventura, intercederam por nós e acabamos conhecedo a cerveja artesanal Muitas Canoas, de Itamambuca. Isso não tinha sido planejado. Cerveja muito boa. Destaque para a Rua23, estilo APA e a Venenosa, estilo IPA, que é sensacional! A Bola 8, uma Stout, também tem seu lugar. Quanto à praia, é muito tranquila e boa pra banho, ainda mais tomando uma cerveja artesanal de qualidade!! É disso que estou falando!

Bom, vamos continuar! De Itamambuca decidimos ir direto pra Curitiba. Passamos mais de 10hs na estrada por causa de acidentes, obras, engarrafamentos, caminhões de carga, etc. etc. Chegamos por volta de 21:00hs na cidade. De lá já fomos pro Hop’n’Roll, um brew pub famoso! As cervejas nos decepcionaram um pouco. A Pamela blond por exemplo, é uma Blond Ale fraca e um pouco aguada. Já a Staff Sour custou a descer. Mas valeu pelo hamburguer sensacional que comi lá! 🙂

Dormiríamos duas noites em Curitiba. Na segunda noite, fomos ao PUB Cervejaria Masmorra. Convidamos um amigo, o Paulo Mauler, que está morando por lá e fomos experimentar mais cervejas curitibanas naquela noite chuvosa. Agora sim! Podemos ver que o curitibano sabe fazer cerveja boa também. Gostei muito da Coffee IPA da Insana. Bom amargor e cremosidade. Outra bacana também, que vale a pena mencionar é a Grand Cru da DUM, uma Witbier muito boa. Depois de algumas cervejas e um bom papo, acabamos indo para outro lugar, onde encontramos alguns amigos do Paulo. Passamos o resto da noite conversando e ouvindo metal. Pessoal super gente fina! Claro, metaleiros né! 🙂 Não sei se você percebeu, mas os deuses cervejeiros estavam intercedendo por nós mais uma vez nessa noite. As amigas do Paulo, Lizzie e Laura nos indicaram ir à Urubici, assim que mencionamos que iríamos passar pela Serra do Rio do Rastro! Isso mesmo! Mas calma lá que já falo sobre essa experiência que todo motociclista deveria ter. E já falo de Urubici também, pois tem outras coisas pra falar antes disso. :). Essa dica valiosa deixou nossa viagem mais foda ainda! Valeu!

A noite se foi e no dia seguinte continuamos nosso caminho de Curitiba rumo a Joinville, em Santa Catarina. Pegamos muita chuva na estrada, além de ser feriado da semana santa. As estradas estavam cheias. Falando em estradas de SC, fica aqui uma reclamação: as estradas estaduais de Santa Catarina por onde passamos são horríveis. Conseguem ser piores que as de Minas Gerais. Passamos alguns apertos por causa de buracos na pista (vários em curvas), desníveis grotescos e quilômetros de pistas simples completamente engarrafadas. #prontofalei

Bom, chega de choro. Chegamos em Joinville e ficamos um pouco perdidos, pois a cidade tem diversas entradas saindo da BR. Resolvemos entrar na que direcionava ao centro e paramos pra buscar informações. Quando olhamos pra trás, o que vimos? O bar da Opa Bier!!! Ah, deuses cervejeiros! Hail para vocês.

Ainda chovia levemente, mas o suficiente para incomodar. Paramos no bar por algumas horas e degustamos o pão líquido da Opa. A porter deles é muito boa, por sinal. Mais tarde decidimos chegar até Blumenau. Aí sim! É o paraíso do cervejeiro.

Lá, ficamos em um hotel próximo à Vila Germânica. Dentro da vila fomos ao Bier Vila, um pub excelente e com muitas opções de cervejas cruas. Experimentamos todas da Blumenau. A Capivara Little Ipa é excelente! No dia seguinte voltamos lá e terminamos o “processo de avaliação”. Mais tarde fomos ao English Basement PUB, que foi criado pelos donos da Eisenbahn. Lugar muito foda. Estava rolando uma banda cover de clássicos do rock’n’roll. O vocalista é mineiro e ficou proseando conosco depois do show. A Eisenbahn on tap é ainda mais gostosa! Não gosto de cerveja de trigo, mas me escorre uma lágrima (de alegria) com a Weizenbock deles! :’) Nesse bar, conhecemos o casal Júlio e Simone! Pessoas super simpáticas. Ela mineira e ele Catarinense. Passamos o resto da noite conversando e saboreando as cervas de Blumenau. Eles deixaram em nosso hotel uma garrafa do licor de cerveja da Eisenbahn! Gelado é bom p@car@1! Valeu amigos!

Chovia em Blumenau há vários dias! Durante a noite não foi diferente. Isso nos preocupava, pois pegaríamos estrada no dia seguinte. Mas!!!!! Como fizemos muitas oferendas aos deuses cervejeiros no dia anterior, adivinha!? Sol! 🙂 Muito Sol! Tanto Sol, que acho que passamos da conta nas oferendas hahaha :p

Capítulo 2 – O paraíso rural

Beleza, mais estrada. Voltemos à Urubici. Um lugar incrível. Uma cidadezinha de Santa Catarina repleta de lugares para eco turismo e turismo rural. Ficamos hospedados na pousada rural Pica Pau. Pegamos um quarto na casa da filha da Edna, a dona da pousada. Lá eles produzem maçãs!IMG_20160327_094105 Existe uma macieira gigante no fundo da propriedade deles. Na manhã seguinte o marido da Edna nos levou de trator pra conhecer a macieira e colher maçãs direto do pé! Muito massa. Esse lugar foi uma espécie de oásis para recuperarmos as energias e continuar a viagem!

Em Urubici ainda fomos ao morro da igreja, um dos pontos turísticos da cidade. Uma reserva militar que dá acesso ao ponto mais alto da região chamado Morro da igreja, cuja altitude é de 1822 metros. Ali foi registrada a temperatura mais baixa do país: -17.8. A Pedra furada tem ~10mts de diâmetro e a altura do furo é de 5 metros. Uma vista sensacional!

Descemos o morro e pegamos a estrada para (finalmente) a Serra do Rio do Rastro (Ohhhhhh). Em uma hora e pouco chegamos ao início de uma das estradas mais impressionantes que já vi. Todo motociclista deveria ir lá um dia! Já no mirante dá pra ter uma idéia da grandiosidade que a natureza criou e o homem trabalhou. A cada curva, uma queda d’água, que joga ali mesmo na pista o “fruto do seu trabalho”, nos dá o recado:

– Ok, humano. Eu te deixo passar aqui. Mas não me desrespeite, pois eu posso despejar minha ira em você.

– Sim senhora e desculpe qualquer coisa! Só estou de passagem mesmo, mas vou devagarzinho, que é pra eu conseguir entender melhor o que está acontecendo nesse momento!

– Hohohoh está bem, meu filho! Pode continuar sua jornada, pois você é do bem!

E assim passamos por cada uma daquelas curvas incríveis e demos continuidade à viagem, seguindo para Porto Alegre. Chegamos na cidade por volta das 21:30hs… filas e filas de engarrafamento nos últimos 70kms de estrada. Era Domingo e os gaúchos estavam voltando do feriado da semana santa. Corredor aqui e alí, manobra de motoboy acolá e pá, chegamos…. cansados pra caçarola (por menos palavrões nesse mundo, sqn). Já entramos em contato com o Hugo, amigo nosso que mora por lá e nos encontramos no Dirty Old Man. Um pub bacana, podrão, com um sanduba foda e boas cervas. Tomamos a Beta Blond e a Harold McFrogg. Ambas da Bardos. Boas por sinal. O Bar fechou cedo e fomos embora.

No dia seguinte acordamos cedo pra levar as motos para trocar óleo. A Boulevard do VK já estava próxima ao limite, a minha Midnight aguentava mais uns 2000kms, mas optei por trocar também, pois iniciaríamos a jornada internacional da viagem e nunca se sabe né. Mais tarde fomos ao brew pub Malvadeza. Chegamos na porta e… Fechado!! NÃO!!! Era segunda-feira, e vimos que não ia ter jeito… quando de repente, os deuses cervejeiros cutucam o Márcio, o dono do bar, que estava trabalhando lá dentro o dia todo pra ir pra casa. Nos encontramos na porta do bar. Ele nos explicou que os bares não abrem na segunda, pois é o dia de descanso deles. Ele nos indicou, entretanto, o Lagom, um dos únicos redutos de cervejas artesanais abertos na cidade, no dia. O Lagom é um clube. Você entra quando convidado. Já tínhamos nos despedido do Márcio, quando ele grita lá de longe:

– Peraí! O trânsito está muito ruim pra eu ir pra casa agora. Vou lá com vocês tomar uma e lhes dou uma carona

Hahaha Ah esses deuses cervejeiros! 🙂

Na segunda, eles funcionam sem garçom e todas as cervejas e comidas a preço de custo, praticamente. Basta ir no balcão ou na cozinha pedir sua cerva ou rango. Tudo muito bom e barato! Tomamos Bohemian Pilsner, Red Ale e a Leife Imperial IPA. Todas excelentes. O Hugo apareceu lá mais tarde. Ficamos mais um pouco e depois partimos para o Armazém Porto Alegre, um pub localizado num ponto turístico da cidade, em cima do viaduto Otávio Rocha. Lá tomamos a Roleta Russa IPA – Revolução das formigas, da cervejaria Imigração. Depois a Cacau Stout, da Baita Bier. Recomendo! A noite acabou… nos despedimos do Hugo e seguimos nosso caminho.

Juntamos nossas coisas e dá-lhe estrada, rumo ao Chuí. Passamos praticamente o dia rodando. As estradas vão se tornando retas intermináveis. Para você ter uma idéia, a última reta, chegando ao Chuí, tem 200kms! Neste trecho, são poucos postos de gasolina. O primeiro veio apenas depois de 60KMs, ou seja, como dalí pra baixo, até na Argentina, as estradas são retas gigantes, é muito importante fazer a gestão dos recursos energéticos das motocicletas. Principalmente nas zonas rurais, onde os postos são mais distantes ainda. Essa reta, que nos levou ao Chuí, corta uma reserva ecológica muito bonita, apesar de perigosa, pois animais cruzam a pista o tempo todo. Muitos pássaros dando rasantes. Mas é marcante o cheiro da mata daquela região.

Capítulo 3 – Chegada às terras “gringas”

Chuí nos decepcionou um pouco. Lembra a divisa com o Paraguai.

Logo na fronteira, chegamos à aduana Uruguaia.

– Encoste as motos alí e vão resolver a documentação, disse o agente da fronteira uruguaia.

Lá dentro, um agente brincalhão nos pediu os passaportes e, entre uma piadinha e outra, nos pediu os cartões de vacinação. Falou que era obrigatório por causa do Zica vírus. Não levamos os cartões, pois não é exigido para se entrar no Uruguai nem na Argentina. Além disso, não tem vacina contra o Zica. Ele nos chamou numa sala e já se preparou para pedir propina, pois insistia em dizer que sem os cartões não poderíamos entrar no país. Quando ele viu a câmera no capacete do VK, nos perguntou se estava gravando e depois mudou o discurso…

– Ok amigos, podem ir, mas vocês me devem um presente hein! hahaha

Presente no seu r@bicó, pilantra! 🙂 Será que foram os deuses cervejeiros que o fizeram temer a câmera? Hail!! \m/

Bom, apresentamos as cartas verdes lá fora e seguimos viagem até Punta del Diablo. Lá ficaríamos duas noites. Esse lugar foi recomendado por um amigo do VK, que tinha ido ao Uruguai há duas semanas atrás. Na minha opinião, não vale a pena… a infraestrutura é muito rudimentar e as praias não são tão legais assim. Achamos um restaurante bom para jantar, apesar de tudo, e tomamos a Volcanica, cerveja artesanal Uruguaia de Las Toscas. A Belgian Blond Ale deixa um pouco a desejar, já a Dubbel é razoável. No outro dia, perto da praia, foi a cerveja Patricia que aliviou o calor. De qualquer maneira foi bom passar duas noites lá pra descansar.

De lá partimos para Montevideu, mas parando na Laguna Garzón, em Punta del Este e Puta Balleja, três lugares incríveis que devem ser visitados. O acesso à Laguna é por estrada de terra. Mas são 30Kms de estrada batida em boas condições. Uma ponte novinha em folha conecta o trecho de estrada cortado pela lagoa. As praias de Punta del Este são sensacionais. Em Punta Ballena pode-se visitar a Casa del Pueblo, um lugar turístico construído em um penhasco de frente para o mar! Most impressive! As estradas melhoram assim que nos aproximamos de Montevideu. Tapetes de asfalto brilhante. Vias cintilantes que refletem o brilho do Sol. As motos agradecem o conforto para “seus pés”.

Em Montevideu, guardamos as motos e fomos procurar algo pra comer. Mais tarde, à noite, fomos à Mastra cervejaria. Que cerveja ruim…. Não salvou nada. Todas muito aguadas e muito carbonatadas. Sem sabor e de aspecto terrível. Partimos no dia seguinte pra Colônia del Sacramento. Aí sim! Lá fomos ao Brew Pub Barbot. Choveu o tempo todo e mais um pouco durante a noite. Mas a cerveja era boa pelo menos! Destaque para a Dublin, uma Double Stout! Nossa que cerveja foda, tomei uns 4 copos hahaha

Pra fechar a noite, passamos num Cassino e gastamos alguns pesos. Mas a sorte no jogo não estava ao nosso lado. Saímos por volta de umas 2 da manhã. Chovendo ainda, na porta do hotel, não havia porteiro e tudo trancado… que legal!! :/ Tocamos a campainha, batemos na porta, gritamos e nada… o jeito foi pular o muro, pegar nossa chave na recepção e ir dormir! 😀

Amanheceu, chuva ainda, pegamos o Buquebus, que nos levou até a Argentina. Uma hora no mar e tudo certo, Buenos Aires! Que diferença dos agentes 12932978_10209305997351032_6264680086336848176_naduaneiros. Sem pilantragem. De cara, pegamos uma lasanha no Broccolino, um restaurante italiano foda! Excelente comida. Rolê na cidade e à noite fomos ao Porto Pirata comer. Depois, no Pub Irlandês Kill Kenny. Ótimas cervejas artesanais, principalmente a Pale Ale e a Stout. Ficamos sabendo de um festival de metal que rolaria do outro lado da cidade. Era uma reunião de duas bandas fodas de Trash argentino: Metralla e Lethal, além de outras três bandas convidadas. Muito bom! \m/ Fechou essa noite com chave de ouro. No dia seguinte, comemos um bife chorizo sensacional e demos uma volta na cidade. O Sol apareceu nesse dia e ficamos animados, pois partiríamos rumo ao Brasil no outro dia. Amanheceu e?! Chuva… :/

Capítulo 4 – A tempestade na volta pra casa

A vida nas estradas é assim, bora! Conseguimos sair da cidade de boa, com pouca chuva. Quando estávamos há uns 150kms de Buenos Aires, o céu desabou… já estávamos na zona rural e não tinha muito o que fazer a não ser reduzir a velocidade e continuar. Foram mais de 6hs debaixo de uma tempestade. O asfalto não é tão bom quanto no Uruguai, mas rendeu, razoavelmente. Depois de algumas horas molhando, você já liga o foda-se e só foca em seu objetivo: chegar. A chuva deu uma trégua, quando estávamos a ~600kms de Buenos Aires. Vimos a nuvem gigante e tenebrosa sair de cima das nossas cabeças e ficar pra trás nessa história. O Sol, tímido, apareceu só pra avisar que já estava de partida. Já era tarde e não dava mais tempo de chegar próximo à fronteira com o Brasil. O jeito era achar algum lugar pra dormir. Rodamos até o Sol se por e entramos em um vilarejo cuja placa na estrada indicava posto de gasolina e hotel. Em pouco tempo descobrimos que ninguém aceitava cartão no vilarejo. O Hotel consumiu boa parte do nosso dinheiro em espécie. O que sobrou não era suficiente para pagar a gasolina para as duas motos, até chegar ao Brasil. Não dava pra gastar muito com comida também, apesar da fome apertar. Até tinha um caixa ATM no vilarejo, mas por causa da chuva, houve uma queda de luz e o sistema de segurança do caixa o bloqueou…. Comemos misto quente na janta e fomos dormir. Decidimos que tentaríamos sacar dinheiro em outra vila, há 45Kms dalí, chamada La Cruz. Gastamos o resto do dinheiro enchendo os tanques e partimos. Se não conseguíssemos sacar o dinheiro em La Cruz, acabou o plano de voltar pela Argentina e teríamos que cruzar a fronteira para o RS…. Mas os deuses cervejeiros intercederam mais uma vez e sim! Sacamos la plata e continuamos nossa viagem. Lições aprendidas deste último capítulo, amiguinhos:

  • Guarde todas as suas roupas em sacos plásticos, dentro do seu alforge. Tudo irá molhar, mas você terá roupas secas para continuar no dia seguinte.
  • No interior da Argentina ninguém aceita cartão. Tenha bastante dinheiro para abastecer, comer e pagar hotel, caso necessário.
  • As distâncias entre os postos no interior são muito grandes. Apareceu um, complete o tanque, pois possivelmente passará mais 100Kms sem posto, dependendo do lugar!

Com dinheiro nas mãos, aceleramos rumo à Cascavel. A estrada estava cheia de motociclistas. Teve um Moto GP na Argentina e a turma toda foi lá IMG_20160408_003808conferir. Mantendo uma média de 140Kms/h, atingimos nosso objetivo. Em Cascavel, conhecemos o Anderson, dono o Yard, um bar de cervejas artesanais. Camarada super gente fina. Ele não tinha nenhuma local crua, mas tinha engarrafada. Tomamos a Lumem e a Steam Punk, da Mithra, uma microcervejaria de um amigo dele. Ótimas cervejas! O Anderson fechou o bar e foi conosco para o Bartuga, um pub que tem as biqueiras da cerveja Providência. Experimentamos várias. Destaque para a Casca Hell, uma ESB e para a SucurIPA. Pra fechar, tomamos a Petroleum, da DUM. Para quem conhece a Petroleum da Walls, saiba que a Walls comprou o direito de usar o nome, mas as receitas são diferentes, apesar do estilo ser o mesmo. A da DUM é um pouco mais doce, mas melhor se comparada à da Walls, na minha opinião. Tão forte quanto. No Bartuga, conhecemos o Gabriel, dono da Providência. O bar fecharia por volta da 1 da matina, mas deixaram aberto por mais um tempo por nossa causa. Conversamos sobre cerveja e bebemos a noite toda. Pessoal super gente boa. O Gabriel falou para passarmos na fábrica no dia seguinte para pegar brindes. Dois kits de três garrafas: JararAPA, CascaHell e SucurIPA. Valeu Gabriel!!!

Saindo de Cascavel, fomos até Marília, no interior de São Paulo. A cidade não produz cerveja artesanal, mas fomos ao Doctor Beer, um pub com uma carta respeitável de cervejas artesanais. Tomamos a Hop Lover da Dogma, a Helles Bock e a IPA, da Cathedral, além da Xipa Gato, uma IPA da Xicona Bier. As da Cathedral são muito boas, por sinal. São feitas em Maringá.

Capítulo 5 – Foi bom enquanto durou

Agora, finalmente, nosso último destino antes de voltar pra casa: Ribeirão Preto. Terra da Invicta, Colorado, Walfänger, Weird Barrell e Pratinha. Fomos jantar e beber no Brew Pub do Pirata, o Weird Barrel. A Hard Tack é uma Golden Ale leve, boa pra começar. A Grand Brown é a melhor deles (pelo menos naquela noite). Uma Brow Ale. A Naughty Grog, a Black IPA deles, parece mais uma Stout. O Malte torrado é predominante no sabor. Já a Captain Klaus, a Hefe Weizen, é bem azeda e não tem uma boa “bebilidade”. O dia seguinte, véspera do nosso retorno, foi o dia da preguiça. IMG-20160414-WA0000Acordamos tarde… escrevi um pouco este post… até que resolvemos almoçar no pub da Invicta. Foi bem decepcionante. Primeiro não era um pub. Era um restaurante bem simples que servia até self-service no almoço. Eles tinham apenas três biqueiras: Pilsener, Boss (Imperial IPA) e a Velhas Virgens Fruit Beer. A Boss é muito boa, mas esperávamos encontrar a 1000IBU crua, só que não… comemos e fomos ao Bier Garten, no mercado novo. Lá realmente é um pub de verdade! Começamos com a Pratinha Caramuru, uma Vienna Lagger super cremosa e muito saborosa! Gostei muito da Conclave da Pratinha também. Uma Rauchbier deliciosa! Melhor que a da Bamberg (engarrafada)! As demais da Pratinha não me chamaram a atenção.Experimentamos a Extrema também, cerveja do próprio Bier Garten. É honesta, mas não surpreende. Agora o que mais me impressionou foi a Aphrodisiaque, da Dieu du Ciel. Uma American Stout que pra mim, foi a melhor cerveja que tomei nesta viagem! No Bier Garten conhecemos a Gabriela, dona no lugar e o Gustavo, um motociclista cervejeiro gente boníssima. A Gabriela nos deu um presente antes de irmos, claro tinha que ser uma cerveja 🙂  a Green Dream, uma IPA da Noturna, uma cervejaria de São Paulo. Valeu!

Saindo de lá, ainda passamos novamente no Weird Barrel, para experimentar as duas novas da SP-330, uma APA e uma IPA. Mas o que impressionou mesmo foi a Drunken Kraken, uma Imperial Stout que o Rafael nos apresentou em primeira mão. Produção deles mesmo. Uma Imperial Stout equilibrada, cremosa e com muita “personalidade”. Na minha opinião, a melhor nacional que degustei nessa viagem, um pouco atrás da Aphrodisiaque. Nesta mesma noite, conhecemos o Marcelo, ex-dono da Colorado. Viajamos em suas histórias. Pessoa super bacana. Ele enviou uma mensagem para a Flávia, da sua equipe lá na Colorado, pedindo para nos acompanhar na manhã seguinte em um tour. A Ambev comprou a Colorado e construiu uma fábrica maior. A produção vai passar de ~100K litros para ~750K litros por mês. Como eles estão de mudança, não tem mais visitação na fábrica antiga, mas ele insistiu que deveríamos visitá-la antes de ser desativada.

A Flávia nos recebeu super bem. Pessoa muito bacana também. Ela nosIMG_20160409_095640 explicou os processos atuais, desde a preparação do malte, brassagem/fervura, fermentação, maturação, envase, etc. Foi muito bom! No final ainda provamos a Appia fresquinha, tirada direta do maturador. Delícia! 🙂 Obrigado, Flávia! 🙂

Bom, é isso…. pegamos estrada rumo a BH e chegamos no meio da tarde em casa, com a sensação de missão cumprida. Que viagem foda!! Valeu cada segundo. Só temos a agradecer a todos que conhecemos nessa viagem, pelas dicas, pela hospitalidade, pelo tempo dedicado à nós. E que venha a próxima! \m/

Capítulo 6 – Dicas e comentários finais

Muita gente vai pensar: que loucura! Difícil fazer algo assim e tal. Bobagem. Antes de mais nada é preciso ter vontade, gostar de aventura, gostar de estrada e ter uma motivação a mais. No nosso caso, a motivação por conhecer cervejas artesanais formatou o roteiro da viagem, além de uma moto e um pouco de dinheiro, é claro. Cansa menos do que você pensa. E o prazer de se rodar em estradas boas como as do Uruguai, não tem descrição!

É preciso ter motos grandes como as nossas pra fazer uma viagem dessas? R: Não! Tem gente que faz viagens muito maiores com moto 100cc. Depende do seu preparo físico e sua força de vontade. Uma moto Custom para rodar em velocidade não muito exagerada e em asfalto é muito confortável. A Midnight é um sofá ambulante. As únicas dores que eu senti foram no pescoço, por causa do vento e nos ombros, por causa da mesma posição dos braços durante muito tempo. Mas nada exagerado. Um dia depois já estava curado. Estradas retas e descampadas como as do Uruguai e da Argentina têm muito vento lateral, o que reduz o conforto da viagem. É recomendável usar uma bolha para manter velocidades maiores e mais constantes.

A gasolina no Uruguai e Argentina é a Nafta. Gasolina pura! Azul (95) e verde (98). O Motor agradece aquele “refresco” de combustível. Gastamos aproximadamente 300litros de gasolina por moto, num total de ~R$1500,00 com combustível durante toda a viagem.

O combustível dos pilotos foi listado neste documento. Aqui você irá encontrar todas as cervejas degustadas nesta viagem, bem como suas notas. Foram consumidos aproximadamente 50Litros de cerveja.

Aproximadamente 6000 insetos foram mortos nessa viagem. Boa parte deles se tornaram parte integrante de nossos coletes. Peço perdão às famílias dos falecidos. De forma alguma era nossa intenção atropelá-los, mas a vida nas estradas é assim…

Ah! Antes que eu me esequeça, é importante levar ferramentas para resolver eventuais problemas na estrada. O peito de aço da minha moto quebrou quando bateu em um quebra-molas alto e tive que ajustá-lo para continuar a viagem. A proteção da correia partiu ao meio depois de uma pedrada. Silver tape segurou a onda por alguns dias, mas depois foi preciso retirá-la. Sem ferramentas, já era. Viaje com pouca coisa. Viaje leve e guarde o que não pode molhar em sacos plásticos. Essa dica é super valiosa!

Por fim, chame seus amigos, planeje sua viagem e vá! Saia do papel e execute seu plano na vida real!

A vida é curta e você vai se arrepender se não fizer isso!

É isso aí. Abraços e a gente se vê por aí.

Panela do Rock é Rock’n’Roll e motociclismo. É a vida nas estradas!

Video 1 – Trecho: Serra do Rio do Rastro/SC

Diario do Biker #8 – Um Sábado à tarde em Itabirito

O Thiago (little), brother nosso, dia desses falou: – Cara, junta o pessoal da Bikers Division e vai dar um rolé em Itabirito! (Itabirito é a sua cidade natal). Pensei: Why not! 🙂 Chamei os caras e o Thiago montou o roteiro. Fomos em 6: Viking, Alberto, Webão, Bráulio, Susu e eu. Isso aconteceu no dia 20 do mês passado… Sábado ensolarado, por volta de 10:40 pegamos a BR040 sentido Rio/Ouro Preto. Pertinho! A cidade fica a~57KMs de distância de BH.

Itabirito foi fundada em 1752, como um distrito de Ouro Preto. Hoje cidade, possui cerca de 45Mil habitantes. Mas suas redondezas é que nos surpreenderam. IMG_20160220_153507Mas sem spoilers 🙂 Vamos por partes.

Marcamos de encontrar o Thiago na distribuidora de bebidas do pai dele. Chegando na cidade, lá estava ele trabalhando. Seu pai chegou uns 30 mins depois, o liberando para nos levar para almoçar. Janine, sua namorada, completou o casal anfitrião, que nos guiaria por momentos ducarvalho.

Logo de cara pegamos uma estradinha super gostosa, para São Gonçalo do Bação, a 40mins de Itabirito. Um pequeno distrito bem pacato. Fomos direto para o Bar Cachoeira. Lugar excelente para se almoçar. Fogão à lenha, self-service de porções de torresmo, linguicinha, mandioca, etc, etc. Além do sensacional filé de tilápia! Show de bola! Depois de “descançarmos” o almoço e após muita prosa com os amigos, fomos andar um pouco pelas ruas do distrito. Conhecemos a igreja e acabou. hahaha. De lá partimos de volta para Itabirito. Webão e Bráulio pegaram a estrada de volta para BH. O restante do grupo seguiu o guia Thiago para um “Café com Requinte“. Só para você ter uma idéia, o Thiago perguntou para nós que bolo nós queríamos para o café da tarde. O bolo de limão venceu! Ele então ligou para o dono do café e solicitou que ele fizesse esse bolo para nós! Só posso dizer uma coisa: sensacional! Tudo muito bom!

Depois do café, já eram umas 17:00hs. Decidimos voltar para BH, mas com vontade de voltar!

Voltaremos, claro. Quem sabe faremos um eco turismo pelas cachoeiras da região, que são muitas! Se rolar mesmo, posto aqui, pode ter certeza 😀

É isso! Abraço e até a próxima!

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Diario do Biker #7 – Gruta do Maquiné

Passou o Carnaval, acabou a brincadeira, IMG_20160214_131006então bora pra mais um passeio. Ah! Antes de mais nada, é bom frisar que o moto turismo é um dos principais objetivos do nosso motogrupo. Seja ele para conhecer novos lugares, pessoas diferentes, culturas diferentes e/ou pratos diferenciados. Logo, não pegamos estrada apenas para acumular KMs, mas também para guardar boas lembranças! 🙂 Bom… vamos lá! Estava eu trocando uma idéia com o Léo Cristão sobre a vida, o universos e tudo mais (42), quando ele sugeriu visitarmos a Gruta do Maquiné, na cidade de Cordisburgo/MG. Para quem não sabe, Cordis, do latim, significa Coração e Burgo, do alemão, significa cidade, logo: Cidade do Coração. Mudou sua vida, hein! Fala aí! 🙂

Um passeio rápido: 125Kms de BH. Marcamos para este último Domingo. Devido a um imprevisto, Léo abandonou o barco, mas sua idéia permaneceu viva em nossos corações! Domingueira: 9:28 da madrugada, primeiro posto na saída da BR040 para Brasília. Lá: Vegetal, Jairão, Susu e eu nos encontramos. A BR040 está muito boa, já o trecho de ~26Kms da MG231 está com o asfalto muito ruim. Enfim… partimos rumo à terra do grande escritor Guimarães Rosa.

Eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruím, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! (…) Este mundo é muito misturado … (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)

Cordisburgo é uma cidadezinha pacata, com jeitinho interiorano e bem desconfiada. Os moradores são simpáticos e receptivos. Fomos muito bem recebidos no restaurante que almoçamos…. (vish, acho que estou com fome, pois já estou pulando pro final da história…. vamos voltar então!)

A Gruta do Maquiné foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné e mapeada por Peter Wilhelm Lund, um naturalista Dinamarquês especialista em mamíferos. Ela começou a ser visitada de forma desordenada por pessoas que começaram a destruir a gruta (brasileiros? ô raça). Ainda bem que ela passou a ser controlada. Hoje, todas as visitas são guiadas. Os guias “tentam” conscientizar os visitantes da importância da preservação. Paga-se R$ 20,00 pela entrada para se ter acesso a 7 salões e ~650 metros de extenção. A gruta possui outros salões, mas o acesso a eles não é trivial.

Peter Lund encontrou alguns fósseis dentro da gruta, um deles, de uma preguiça gigante, que tinha ~3 metros de altura. Ela não viveu dentro da gruta, seu corpo foi levado pelas águas e repousou lá durante milhares de anos à espera do nosso intrépido Dinamarquês. Os ossos foram levados para Copenhagen e não para um museu qualquer no Brasil, logo, se você quiser ver o que restou da preguiça gigante brasileira, vá para a Dinamarca!

Bom, é isso. Viagem tranquila. Estrada boa! Céu claro. Tudo certo! Espero que tenha gostado desta aventura! Até a próxima!

 

Foto 360 do sexto salão: http://sphcst.com/8h21k

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Diário do Biker #5 – Concerto de órgão em Mariana

Sábado resolvemos “dar um pulo” em Brumadinho, via Casa Branca, passando pela estrada da serra do Rola Moça… Cena triste aquela mata pegando fogo. É sempre a mesma coisa, todos os anos a grande BH queima. A maioria das vezes começa de forma criminosa, segundo o Corpo de bombeiros… mas bola pra frente. Paramos um pouco no mirante e continuamos a viagem.

A estradinha até Casa Branca é muito divertida e sinuosa. Curvas tão fechadas que dão a impressão de voltarem no mesmo lugar! Pena que é bem curta… rapidinho já estávamos na cidade.

Seguindo a Rodovia JK, com acesso à Piedade de Paraopeba, continuamos rumo a Brumadinho. A estrada é boa, no geral, mas tem trechos de asfalto muito ruins. Os dois parafusos da minha placa cairam por causa da vibração e da instalação igual ao nariz de quem fez… mas ok. bora lá. O calor estava muito forte e depois de uns 30mins de estrada já estávamos precisando refrigerar. Por sorte o Webão avistou uma barraquinha de caldo de cana numa esquina de estrada de terra… Foi como se estivéssemos achado um oásis no meio do deserto! 🙂

– Com muito gelo por favor, moço!

A viagem continuou e chegamos em Brumadinho por volta de 14:30. A fome já estava apertando bastante. Um amigo nosso que estava no comboio deu a dica de almoçarmos no centro. Self service, coca gelada, problema resolvido!

Para voltar: 040, 381 e 262. Asfalto bom, ritmo bom, rapidinho voltamos à BH.

catedralDaSeMarianaNo Domingo partimos para o segundo round. Nos encontramos 9:00 da manhã no posto Chefão, saída para o Rio. De lá, partimos para Mariana. Esse dia foi especial, pois fomos a um concerto de Órgão na Catedral da Sé! No repertório da organista uruguaia Cristina García Banegas: Johann Sebastian Bach, Francisco Correa de Arauxo, Maestro Cabrera del Perú e Livro de Maria Antonia Palacios. O órgão: um Arp Schnitge, alemão, do século 17, construído em Hamburgo. Um som impressionante! Uma curiosidade é que as teclas orgaoCatedralSeMarianadeste órgão foram cobertas por uma camada de dente de Mamute de 20.000 anos!! A idéia era preservar os elefantes, pois o Marfim só causa matança desnecessária.

Mariana é uma cidade histórica do século 17 com um arquitetura predominantemente barroca. Vale muito a pena conhecê-la. Povo receptivo e simpático, como a maioria dos mineiros. A estrada de acesso, saindo de BH é a mesma que vai à Ouro Preto: sinuosa e um pouco perigosa, pois não há acostamento. Mas é muito bela! O clima muda assim que Ouro Preto se aproxima. Aquele calor forte sai de cena para dar lugar à um clima ameno e um ar mais úmido. Muito bom para um passeio de motocicleta.

Para completar a nossa viagem, demos uma passada na Praça dos Ferroviários, onde estava acontecendo o encontro de motociclistas da cidade, com direito ao aniversário dos Vira Latas! Curtimos um pouco o evento, conhecemos o pessoal, almoçamos e bora pra BH.

Ufa, acho que é isso, pessoal!

Até a próxima Aventura!

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Diário do Biker #4 – Tour Estônia & Letônia

Pois é, galera, a Bikers Division agora é internacional! 🙂 No mês passado, o Viking, a Samla e eu estávamos viajando pelos países nórdicos e já estávamos planejando alugar motos por lá, em algum momento da viagem. Chegando na Dinamarca começamos a entrar em contato com algumas locadoras. Já de cara recebemos a triste notícia que eles não alugavam mais, pois era fora de temporada. Na Europa tem disso mesmo… temporada é apenas no ápice do verão, quando o Sol esquenta de verdade aquelas terras geladas. Como fomos em setembro, apesar de ser o final do verão, nada feito… a viagem continuou e fomos passeando de um país para o outro, mas nossa jornada em busca das Bikes continuou. Já estávamos começando a ficar desanimados com tantos “não alugo nessa época” que recebemos. Quando chegamos à Helsinque, capital da Finlândia, encontramos uma loja na Estônia, revendedora oficial da marca KTM, que estava alugando!!! Yeah! Conversamos com o Mart Lajal (Ekstreemmoto www.ktm.ee), o dono da loja, e reservamos duas motos: Uma Duke 690 R 2011 para mim e uma Duke 690 2012 para o Viking. A Samla foi dirigindo o carro de apoio.

12010497_10207934218777425_117859545207766220_oAs estradas daquelas bandas de lá são muito boas. Asfalto parece um tapete, super sinalizadas e o mais importante: todo mundo respeita as leis de trânsito! São muitos KMs de retas e curvas suaves… essa é a parte “boring” da coisa, mas tudo bem. Com essas motos deu pra acelera um pouquinho e se divertir mesmo sem fazer muitas curvas.

Partimos de Jälgimäe no meio da tarde, rumo à Riga, capital da Letônia. Já nos 30 primeiros minutos deu pra entender o motivo de praticamente ninguém alugar motos nessa época: o vento é congelante. Bem OK pra andar pela cidade com uma jaqueta leve e uma calça jeans, mas longe de estar OK para pilotar motos. Depois de uma hora pilotando já não sentia mais meus joelhos. Fizemos uma parada providencial pra ativar a circulação, aquecer um pouco o corpo e complementar a indumentária com uma calça adicional! Continuamos a viagem apesar do frio do cão. Como somos brasileiros e não desistimos nunca, chegamos à Riga por volta de 22:00. O Sol se põe nessa época do ano por volta de 20:30 e a diferença é só a iluminação, pois ele não aquece os corações dos oprimidos… é um Sol gelado.

Com a lição aprendida, passamos a usar segunda pele (calça, camisa de manga e luvas) além de jaquetas e calça impermeável. Nossa próxima incursão foi rumo à Jürmala, uma cidadezinha bonitinha e com uma praia parecida com as nossas, tirando o frio e que ninguém entra na água 🙂 Pegamos chuva em um dos trechos da viagem e, amigo, não é nada legal a combinação de chuva e frio! Mas engole o choro e vambora! Ah! A vantagem da chuva foi sumir com os mosquitos, que são tantos, mas tantos, que explodem na viseira o tempo todo, nos obrigando a fazer paradas para limpar aquele meleca bizarra que nos impede de enxergar direito! hahaha

Falando um pouco das motos, a Duke 690 R é uma Street com bolha e uma pegada de Big Trail. Ela é mais alta e tem um banco mais estreito do que a versão Duke 612009652_492990584215538_8899429507190439499_n90. Seu motor é super
agressivo e o seu ronco ganha brilho com a ponteira curta que já vem de série. Os freios ABS garantem uma segurança legal. O ponto fraco, na minha opinião é a vibração excessiva. Mesmo em alta rotação e velocidade a vibração é tanta que chega a atrapalhar de se conferir os retrovisores, que tremem junto e embaçam a imagem refletida. A Duke 690 é mais estável e vibra menos que a R, porém seu motor perde um pouco em relação à primeira. Ela é mais baixa, banco mais largo e mais confortável e possui um escapamento mais esportivo. Fizemos um test drive na Duke 390 antes, para verificar se o custo adicional valeria a pena. Sim, foram alguns euros a mais que valeram cada cilindrada, pois o conforto nas ultrapassagens, retomadas e esticadas nas retas nos poupou tempo e dores nos pulsos.

No geral, as paisagens são muito bonitas, o que valorizou muito a nossa viagem. Primeira de muitas internacionais que virão. Quem sabe na próxima todos os membros da Bikers Division viajam juntos! Deixo aqui um video para vocês sentirem um gostinho do que passamos!

Até a próxima Aventura!

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Diário do Biker #3 – Tiradentes Bike Fest 2015

Eaê galera do metal e das bikes, bão demais?
Jairoman aqui, escrevendo meu primeiro post pra relatar a aventura do meu primeiro encontro de motociclistas (e motoqueiros! Sim, eu não tenho preconceito nenhum com a palavra :^P) com a minha Lady Morgana nas terras dos inconfidentes!
Aventura porque passei alguns apertos que segundo o nosso brother Japa merecem ser contados! XD
Acordei bem cedinho no sábado (quem diria hahaha), ajeitei as coisas na Morgana, botei a caveira da Panela nas costas e fui encontrar com o brother Jones na av. Cristiano Machado pra partirmos junto.
Tiradentes 03Lá vou eu de boa, quase chegando no posto onde íamos encontrar, quando para um cara de moto do meu lado e me avisa que o alforge esquerdo da Morgana tinha caído no meio da Cristiano Machado (o mané aqui esqueceu de travar), meu coração quase parou!
O cara se ofereceu pra olhar a moto enquanto eu voltava a pé pra tentar achar o alforge, que tava com algumas roupas e minha única blusa de frio!
Andei quase um kilômetro e nada, desisti e imaginei que alguém tivesse catado e levado embora e já era. Mandei um whatsapp pro Jones falando que ele podia ir sem mim, fui voltando desanimado e achando que a viagem tinha acabado antes mesmo de começar.
Daí me para outro motociclista, aqueles caras que entregam jornal, dizendo: “Cara, cê andou longe pra caramba!!! Já peguei seu alforge e até encaixei lá na tua moto, sobre aí que eu te levo lá!”
Deve ter sido uma cena engraçada pra caramba, uma CGzinha 150 cc com um cara grandão empoleirado em cima de um monte de jornais! kkkkkkkk
Agradeci os dois caras um milhão de vezes e o entregador de jornais só dizia: “quê isso cara, esquenta não, somos todos iguais, é isso mesmo, um ajudando o outro”!
O mundo tá cheio de pessoas bacanas demais pra gente conhecer mesmo, basta ter a mente e o coração abertos!
E sobre duas rodas, tenho certeza que ainda conhecerei muitas outras assim! 😀
Bom, segui viagem então, acabei não encontrando o Jones lá. O meu celular não pegava… Tinha gente demais! Talvez por isso a antena estava congestionada. Mas o encontro tava FODA demais, adorei tudo!!!
Tiradentes é uma cidade linda, motos lindas de todos os tipos a perder de vista, muita gente bacana, shows ótimos de jazz e um cara que tocava um Blues absurdo de bom, cervejas deliciosas e por aí vai!!! hehehe
Quero voltar sempre e recomendo muito a todos!

Enquanto isso, distante dalí, meus colegas de motogrupo: Léo Cristão, Ziguilin e Japa rumavam para Lagoa Santa e, de lá, para Lapinha. Segundo BikersDivisionLagoaSantaeles, uma viagem muito foda também, apesar de muito calma e tranquila. Nada de encontro de motociclistas, apenas a linha verde e uma cidadezinha pacata. O Webão foi mais tarde, pois dormiu demais e perdeu o horário da saída 🙂 Os pais do Viking moram lá e ele estava por lá também. Almoçaram todos juntos e depois partiram de volta a BH com o espírito leve.

É isso, moçada! E que venham as próximas aventuras!
It’s on the road, brothers! \o/

Tiradentes 01

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Roça ‘n’ Roll 2015

Pelo terceiro ano consecutivo a Panela do Rock marcou presença nesse, que é um dos maiores eventos de Rock/Metal do Brasil. O Roça ‘n’ Roll completou 17 edições e aumenta a cada ano sua expressão e reconhecimento no cenário nacional. Depois de Grave Digger e Rotting Christ, esse ano foi a vez do Pain of Salvation…. IMHO, a vez era realmente dos caras do Vader, mas eles cancelaram o show e deixaram muitos fãs na mão… mas enfim… Bola pra frente…

Mais de 20 membros da Panela partiram de BH rumo à Terra do ET, Varginha, ao sul de Minas. São aproximadamente 300kms de estrada que passam de forma muito prazerosa junto com os amigos. Com o setlist preparado em cada um dos 5 carros, além do Jairão da Bikers Division em sua Dyna, pegamos a estrada.

O festival, que é realizado na fazenda Estrela (localizada a uns 40mins do centro de Varginha), acontece sempre no Sábado, mas na sexta existe um “esquenta”. Esse ano foram shows de bandas cover em um canto na cidade. Ano passado fomos à esse esquenta. Foi uma decepção, pois as bandas eram muito ruins, então o jeito foi beber. Esse ano decidimos que não iríamos ao esquenta. Ao invés disso, tivemos a idéia de nos reunir em uma praça no centro da cidade e fazer um churrasco. Isso mesmo! Churrasco na praça! Não podia ter sido melhor!

ChurrasNaPraca

Depois de escolher cuidadosamente um canto na praça, acendemos a churrasqueira e aí, amigo, só festa. Mendigos, “donos da rua” e moradores da cidade foram lá conhecer aquele bando de malucos de preto fazendo festa na cidade deles. Fomos a atração! As pessoas entenderam que não éramos baderneiros e entraram na bagunça, tirando fotos conosco, nos dando parabéns pela iniciativa, etc. etc. e pumba! No final, guardamos tudo, limpamos tudo e deixamos aquele canto da praça do jeito que encontramos. Ano que vem com certeza terá um segundo round. Varginha, Obrigado!

No dia seguinte, sabadão, foi só ter “o trabalho” de acordar, tomar café, dar um rolê na cidade, almoçar e ir p/ praça do ET pegar o busão (que sai de hora em hora e custa R$2,60) do evento. +/-40 mins de estrada de terra e voila! Chegamos à fazenda. Sol e Diney, amigos nossos, foram de carro e levaram todo o aparato para continuarmos o churrasco. Armamos a tenda e dá-lhe maminha! 🙂

PanelaCampRoca

Bom, chega de farra do lado de fora e bora pra dentro curtir os shows! Falando nisso, esse ano eu confesso que não estava tão empolgado com os shows como nos últimos anos. A banda que eu queria ver cancelou e a atração principal era de Metal Prog. Um estilo que não sou muito fã. Apesar de tudo, reconheço que Pain Of Salvation fez um showzaço e seus fãs piraram com a performance dos caras. Das bandas que assisti uma me impressionou muito, a banda Fafnir! Eles tocaram na tenda, espaço reservado na entrada do festival, para bandas menores. Mas de pequeno nada tinha o som deles. Metal pagão, com muitas influências de Folk metal, mas ao vivo Death e Black metal pesou muito a pegada dos caras. Showzaço! Na minha opinião o melhor. Tuatha de Danann e Cálix fizeram o show padrão deles. Floresta e duende não é minha vibe, logo a única coisa que posso dizer a respeito do show deles é que o som estava com boa qualidade. Perdi Necrobiotic… Death podre de Minas… mas não tem problema, em julho tem Refúgio Macabro em BH e já estou com o ingresso! 🙂

Mais tarde o Mork tentou tocar, mas o som estava um lixo e não tinha um maldido técnico de som e/ou membro da produção pra ajudar a resolver o problema, resultado? Os caras foram vaiados e abandonaram o palco… uma pena, pois esses caras de Brasília fazem um Black/Death de primeira qualidade… Depois, Krisiun! Krisiun é Krisiun! Krisiun é um trio brutal foda que sempre detona. Krisiun é do Sul e Krisiun não decepciona! Mas Krisiun não substitui Vader, poha… 🙁 Mas ok. Krisiun é… como eu disse… Krisiun é Krisiun e foda-se! Vi outros shows no palco principal, mas o que me chamou a atenção foi isso!

Em linhas gerais o festival foi bem mais fraco que os anos anteriores… acredito que o cancelamento do Vader contribuiu muito para isso. O público estava fraco se comparado com os anos anteriores, mas festival é assim mesmo. Nem sempre sai como planejamos. De qualquer maneira, ainda é um festival de peso e se eu estiver vivo ano que vem, com certeza irei!

Abraços e até a próxima aventura!

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Diário do Biker #2

Dia desses me chamaram pra “dar um pulo” em Pará de Minas para ver IMG_20150613_100442um show de acrobacias aéreas. Na verdade as acrobacias faziam parte de um evento chamado AeroRock. A 5ª edição aconteceu no dia 13 de junho deste ano. O formato é muito massa: Aviação e Rock! 🙂 Pensei: não tem como isso dar errado, vai ser foda! Aí procurei saber das bandas que tocariam no dia… essa foi a parte ruim, pelo menos pra mim. Nada que me agradasse… mas pelo passeio, pelas acrobacias aéreas e pelos amigos que moram na cidade, em especial minha caríssima Darfara, chamei os caras e pegamos a 262. Viagem curta, mas bastante prazerosa.

IMG_20150613_103012A estrada até Pará de Minas está muito boa. Duplicada, sinalizada e com asfalto novo. Um pedágio antes do Milhão deverá entrar em funcionamento em breve, mas no dia ainda estava desativado.

Parada no milhão pra comer um pão de queijo e tomar um café… padrão 🙂

Trânsito intenso no centro da cidade naquele Sábado de manhã…

Chegamos ao Aero clube. Jairoman sai para buscar a Darfara; eles encontram conosco já no meio das primeiras apresentações!

IMG_20150613_111158Impressionante o que esses caras são capazes de fazer. Só de olhar já dá um frio na espinha. A adrenalina deve ser absurda! A apresentação solo normalmente é mais arriscada em termos de manobras. Pelo menos essa é a impressão que dá lá de baixo. Depois um grupo de pilotos fez uma apresentação em conjunto. Muita destreza desses caras! Vimos várias apresentações e, de lá, partimos rumo à casa dos pais do Jairoman pra almoçar. Churrasco pra acalmar o estômago! 🙂

Passamos a tarde lá. Bastante sossego e tranquilidade. Como as bandas não interessou ninguém do grupo, ignoramos os shows e decidimos voltar pra BH. Jairoman ficou por lá e o restante do grupo retornou. Dia foda! Valeu e até a próxima!

Hellfest 2014

Pra quem DSCN8820não conhece, Hellfest é um festival de metal que existe desde 2006 e atualmente é um evento de 3 dias que acontece em uma cidadezinha chamada Clisson, no interior da França. A edição de 2014, que aconteceu nos dias 20-22 de junho, teve muita banda foda! Principalmente nos palcos “The Altar” e “The Temple”, com muito metal extremo. O main stage (1 & 2) foi privilegiado com os Medalhões: Black Sabbath, Iron Maiden, Rob Zombie, Sepultura, Slayer, Toxic Holocaust, Behemoth, Annihilator, Hatebreed, and so on… Ou seja, uma seleção muito ducaralho!!!!

Dois amigos nossos da Panela do Rock, Fafá e Vanvan, já tinham ido nos dois anos anteriores e foram justamente eles que nos convenceram a fazer essa jornada rumo à Europa, em busca de uma das experiências mais fodas que um headbanger pode ter! Valeu muito a pena! Foi o melhor investimento que uma pessoa que curte metal pode fazer. Uma viagem foda, com amigos fodas, muito metal e cerveja, claro! 🙂

Nos anos anteriores nossos amigos ficaram na área de camping e, segundo eles, foi uma experiência massa, mas dava pra ter um pouco mais de conforto. Em 2013 eles conheceram uma pessoa que se tornaria um grande amigo nosso, o Felipe. Naquele ano, o cara partiu de São Paulo sozinho para o festival… acabou conhecendo Fafá e Vanvan, por intermédio da funcionária que trabalhava no trem. Os deuses do metal atuaram pesado nesse episódio, não acham? 🙂

Em 2014 mais pessoas da Panela integraram o grupo, inclusive eu (japa). Éramos oito pessoas dessa vez. Ah! Lembra do lance do conforto? Pois bem, eles DSCN8781sugeriram alugarmos motorhomes! Isso mesmo. Com camas, cozinha com fogão e frigobar, banheiro com chuveiro, aquecimento interno e da água, etc. – agora você, vacilão, que adora julgar os outros e está pensando nesse momento: que bando de playboys, metaleiro de verdade vai pra dormir no relento, comer lixo, beber cachaça de “doisreau”, só tenho uma coisa a dizer: FODA-SE, você não passa de um babaca! Pois uma coisa nada tem a ver com a outra. Curtimos os mesmos shows que a galera que acampou, gastando um pouco mais e de forma muito mais confortável. Tínhamos a grana pra ficar assim, ficamos e pronto. (fim) – Ou seja, conforto pra descansar o corpo e direcionar as energias apenas para o festival. Alugamos dois motorhomes, para quatro pessoas cada, em Paris. Cruzamos o país (~400km) rumo à Clisson. Oito brasileiros em época de copa do mundo, viajando pelas estradas francesas em busca de metal!!! Fuck yeah! Todos os gringos nos perguntavam: “Mas e a Copa!! Vocês são brasileiros!! Isso não faz sentido!!”. Nossa resposta em pensamento era: Foda-se a copa! Mas dizíamos para eles: Pois é, preferimos estar aqui pra curtir metal! 🙂

Bom, eu dirigi um Motorhome e o Felipe o outro. As estradas francesas são muito boas! Tivemos apenas uma surpresa desagradável: dois pedágios de ~40,00 na ida e ~35,00 na volta, por veículo. Mas olha só, existem paradas ao longo da estrada com banheiro, estacionamento para caso queira descansar, dormir um pouco, etc. (claro que utilizamos esse recurso). Coisa de primeiro mundo.

Na entrada de Clisson, enfrentamos uma fila razoável de carros. Um engarrafamento relativamente leve, que nos tomou uns 30mins até chegarmos na área de estacionamento. Pouco tempo depois de estacionarmos, vimos uma comunidade de motorhomes se formar próximo ao nosso. A ~1.5km do estacionamento tem um supermercado muito bom, que garantiu nosso estoque de cerveja durante todo o tempo que estivemos lá. No motorhome, o frigobar gelava nosso café da manhã, o pão líquido!

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A área do festival ficava a 20mins de caminhada do estacionamento. Na noite de quinta-feira teve uma prévia do festival. O espaço dos palcos estava fechado, mas diversas bandas tocaram em um palco menor, próximo ao bar. Estava lotado e complicado de pegar bebidas. Mas mesmo assim deu pra entrar no clima do festival.

No dia seguinte as bandas começavam a tocar no fim da manhã. Nossa rotina se repetiu pelos três dias seguintes: acordávamos, tomávamos uma cerveja pra acordar e dar aquele “oi” pra vida. Comíamos alguma coisa e partíamos pro Hellfest. Voltávamos depois do último show, que sempre terminava próximo de 2 da matina.

Durante o dia era um calor infernal! E o lugar era todo em terra. Quando o mosh começava, virava um poeirão brutal, parecia rally em estrada de terra. 🙂

Fiquei quase o tempo todo nas tendas de metal extremo e nos palcos principais. O melhor show que vi nos outros palcos foi o do Misfits (pra variar um pouco). Os shows mais marcantes na minha opinião foram Behemoth, Rob Zombie, Toxic Holocaust, Sólstafir, Annihilator, Hatebreed (com um mosh mega brutal, como sempre) e Soilwork. Iron, pra não variar, fez um showzaço. Os caras são muito fodas. O Black Sabbath desapontou um pouco, Ozzy não estava inspirado e quem viu o show deles na Esplanada do Mineirão, em BH, viu um show muito melhor.

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Bom, não vou entrar nos detalhes dos shows, pois cada um curte uma banda diferente e cada um vê o show de sua banda preferida com “outros olhos”, mas eu posso afirmar que é preciso ir em pelo menos um festival como esse na vida. Vale cada centavo gasto e tudo é festa! “É o carnaval dos metaleiros!”

No último dia, após o encerramento do festival, voltamos para o estacionamento e já pegamos estrada, rumo à Paris. Nossa idéia era evitar o trânsito de saída da cidade. Fomos até uma parada na beira da rodovia, estacionamos e dormimos por lá algumas horas. Partimos após o Sol nascer. Devolvemos os motorhomes e continuamos nossa viagem, com o sentimento de missão cumprida!

Valeu galera! E até a próxima aventura!

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Diário do Biker #1

Dia desses me surgiu a idéia de criar o Diário do Biker, um espaço pra compartilhar as “andanças” da Bikers

Explorando a cidade

Explorando a cidade

Division, grupo de motociclistas da Panela do Rock. Não espere nada de “espetacular” aqui, pois somos velhos e o objetivo desse espaço é apenas relatar o que rolou nos encontros e viagens que pelo menos um dos membros do grupo participou.

Bom, vou começar essa série de posts com um resumão da primeira viagem!

Em maio rolou um festivalzinho de metal em Divinópolis/MG, Ruidos Extremos 5. Divine Death, banda de um amigo nosso da Panela do Rock tocou e, dessa maneira, decidimos comparecer. Bloodshed, Deadliness e Native in Black foram as outras bandas que tocaram no dia. Saímos de BH por volta de 12:00. Léo Cristão e Jairoman partiram eu suas motocas, representando o Clã. Além dos dois, Fafá, Vanvan, Dan e eu completamos o grupo. Viagem tranquila, um pouco de engarrafamento por conta de um acidente, mas nada de grave.

Divinópolis fica a ~120kms de BH, seguindo pela BR-262. Basta ir pela Av. Amazonas rumo à BR-381, destino à São Paulo. Depois de Betim terá uma entrada à direita, continuação da BR-262 e mais à frente um trevo, com destino a Matheus Leme/Divinópolis, via MG-50. É uma viagem tranquila, asfalto bom. Tem um pedágio que ainda não foi ativado, mas deverá ser em breve.

A cidade estava vazia, pois estava acontecendo um festival de música em algum lugar fora da cidade. Chegamos lá morrendo de fome e partimos em busca de um lugar pra almoçar. Já eram mais de 14:00hs. Achamos um restaurante dentro de um supermercado. O pessoal já não estava mais servindo almoço, mas choramos um pouquinho e conseguimos um banquete! Fomos muito bem atendidos. Todos os atendentes muito simpáticos. Como a fome era negra, pedimos frango assado (que era gigante e aparentemente usava tecnologia Chernobil) salada, arroz e pizza! Isso mesmo! Pizza! De brinde, ganhamos um prato de farofa feita na gordura de carne de panela.

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Show da Divine Death

Depois de almoçar, aí bate aquela tristeza… hahaha só lembrava da minha cama. Os shows começariam só lá pras 20:30, apesar de terem sido anunciados para bem mais cedo. Atrasou muito!

O festival foi muito massa! O som estava bom e a galera bateu muita cabeça. Saímos de lá por volta de 1:30 da matina e pegamos a estrada de volta rumo a BH. Léo Cristão e Jairoman acabaram voltando um pouco mais cedo, para evitar de pilotar com muito sono, já que não estava em nosso planejamento ficar por lá.

É isso! Até a próxima!

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